Projetos de vida de estudantes cotistas de engenharia: um estudo baseado nos Modelos Organizadores do Pensamento e nas vivências acadêmicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barbosa, Renata Trasse de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/253136
Resumo: Esta pesquisa teve o objetivo de analisar os Modelos Organizadores do Pensamento e vivências acadêmicas que estudantes cotistas de Engenharia, veteranos na Unesp, abstraem sobre seus Projetos de Vida. Mais especificamente, buscou-se investigar relações entre vulnerabilidade social, modelos organizadores, vivências acadêmicas e projetos de vida desses estudantes. A relevância do tema se deve à importância de se compreender como os projetos de vida de jovens adultos estão inter-relacionados à inclusão social, no Ensino Superior, nos cursos de Engenharia, visto que o curso de graduação é considerado um dos principais vetores para a efetivação desses projetos, detentor de especificidades e vivências acadêmicas singulares, cuja vulnerabilidade social pode ser um dificultador da condição de vida estudantil. Para atingir os objetivos propostos neste trabalho buscou-se, na Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento (TMOP), o aporte teórico-metodológico que permitiu analisar e compreender as representações psicológicas construídas pelos cotistas, em seus projetos de vida. Reportou-se, também, a estudos da adaptação, por meio das vivências próprias do período universitário, nas áreas de adaptação do aluno, classificadas em cinco dimensões – pessoal, interpessoal, carreira, estudo e institucional –, as quais integram um conjunto de itens variáveis que são determinantes para a permanência e o desempenho dos jovens graduandos. Para tanto, foram entrevistados 12 estudantes veteranos de graduação em Engenharia da área de Ciências Exatas, ingressantes pelo sistema de cotas e beneficiários do Programa de Permanência Estudantil da Unesp. Como instrumentais, foram utilizados o questionário de projetos de vida, preconizado por Damon, pelo Stanford Center on Adolescence, e o Questionário de Vivências Acadêmicas – versão resumida (QVA-r). Os resultados apontaram que os estudantes apresentam projetos de vida constituídos de formas diferenciadas, ambas fundamentadas nas expressões da vulnerabilidade social, e que as vivências acadêmicas transpassam as intenções e os modos de agir dos estudantes, perante os próprios projetos de vida. Foi possível concluir que a compreensão dos conteúdos inerentes ao processo de inclusão social desses jovens, pela Ação Afirmativa, em que valores, emoções e sentimentos compõem a organização psicológica da realidade desses alunos, está codificada nas vivências acadêmicas. Por sua vez, as Vivências Acadêmicas estão também significativamente constituídas na estrutura institucional da Permanência Estudantil que impacta as características do engajamento social e o próprio projeto de vida, ilustrando uma relação muito próxima entre projeto de vida, vivências acadêmicas e permanência estudantil. Políticas de inclusão social voltadas às juventudes devem se debruçar sobre as vivências acadêmicas e situar os projetos de vida no ensino superior como inerente à formação universitária.