O impacto do montelucaste de sódio no processo de reparo ósseo alveolar de camundongos tratados com ácido zoledrônico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Mahmoud, Ramez Hassan [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/260119
http://lattes.cnpq.br/1845161370877851
https://orcid.org/0000-0001-5333-5953
Resumo: Não raro, alguns medicamentos administrados sistemicamente para doenças diversas podem afetar a saúde dos tecidos bucais. Dentre eles destacam-se os da classe dos bifosfonatos, especialmente os nitrogenados (BFn), comprovadamente relacionados à instalação da osteonecroses dos maxilares. Vários fatores podem elevar o risco de seu acometimento, relacionados ao indivíduo como idade, sexo biológico, doença de base e relacionados à própria droga como potência, via de administração e dose. Sabe-se que o principal mecanismo dos BFns tem como alvo a via do mevalonato dos osteoclastos; no entanto, outros efeitos também são registrados, como alterações no sistema imunológico, o qual regula direta e indiretamente o metabolismo ósseo. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo analisar como a inibição de fatores da via da 5 lipoxigenase (5-LO) utilizando o montelucaste de sódio (MTK) para inibir o receptor do cisteinil leucotrieno 1 (CisLTR-1), e animais com modificação genética para esta enzima (knockout, denominados 5LOKO), afetam o processo de reparo de animais tratados com ácido zoledrônico (ZL). Foram utilizados 90 camundongos machos da linhagem 129Sv (WT, wild type, e 5-LOKO), com idades entre 12 e 16 semanas, divididos em grupos de acordo com o tratamento: WT-C e 5-LOKO – sem tratamento, WT-MTK – tratados com 4mg/Kg de MTK, WT-ZL – tratados com ZL, WT-MTK-ZL – tratados com MTK e ZL, 5LOKO-ZL – tratados com ZL. Todos os animais foram submetidos à exodontia do incisivo superior direito e submetidos à eutanásia após 21 dias. O MTK foi administrado via oral na dose de 4mg/Kg uma vez ao dia via oral, iniciando 24 horas antes do procedimento cirúrgico. O ZL foi administrado na dose de 250 g/Kg a cada 72 horas via IP, iniciando quatro semanas antes do procedimento cirúrgico e continuando até o final do experimento. Finalizado o período experimental, os animais foram submetidos à eutanásia para coleta de sangue e das cabeças contendo os alvéolos em reparação, a fim de se realizar as análises em microtomógrafo computadorizado (microCT), bioquímicas, histológicas, de birrefringência e imunohistoquímica. A microCT revelou aumento significativo de BV/TV e Th.Tb nos grupos WT-ZL e WT-MTK-ZL em comparação com o WT-C e 5LOKO. No entanto, nos animais tratados com ZL a histologia mostrou a presença de trabéculas grosseiras, ora maduras, ora em maturação/remodelação, e persistência de infiltrado inflamatório difuso. A birrefringência revelou um aumento significativo de matriz colagenosa do espectro verde nos animais tratados com ZL, com exceção do WT-MTK-ZL. Porém, as fibras do espectro vermelho também se mostraram significativamente aumentadas nos animais WT-MTK, WT-ZL em comparação com o WT-C, e entre o 5LOKO-ZL e o WT-ZL. Na análise bioquímica houve aumento significativo de TRAPC nos animais 5LOKO em comparação aos demais, diferente da marcação imuno-histoquímica no local do reparo, onde o aumento de TRAP foi detectado nos grupos WT tratados com MTK e ZL associados ou isoladamente, em comparação com o WT-C, e entre o 5LOKO e os animais WT tratados. A FRAP mostrou-se significativamente aumentada nos grupos não tratados com ZL e o TBARs significativamente aumentado nos grupos WT tratados ou não em comparação com os 5LOKO tratados ou não. A partir dos resultados obtidos e considerando-se o modelo experimental, concluiu-se que, de modo geral, a inibição do CisLTR-1 pelo uso do MTK e a depleção genética da 5LO conferiu maior resistência à ação do ZL que nos animais WT, em cujos animais esta droga afetou negativamente o processo de reparo ósseo pós-exodontia, bem como a qualidade do tecido ósseo neoformado, aumentando a ação oxidante sistêmica.