Efeito de fungicida de ação tríplice na expressão de genes em abelhas melíferas bem e mal nutridas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Kato, Aline Yukari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251637
Resumo: O uso constante de agrotóxicos em cultivos agrícolas, embora seja necessário para o combate às pragas e doenças, é prejudicial para a manutenção das populações de agentes polinizadores, inclusive as abelhas. Dentre tais produtos, destacam-se os fungicidas, pois seu uso recorrente tem ocasionado a seleção de fungos fitopatogênicos resistentes. Dessa forma, doses maiores dos fungicidas comerciais são empregadas no campo, até que produtos com novos princípios ativos sejam disponibilizados ao agricultor. Uma nova estratégia para o combate de fungos fitopatogênicos é a formulação de fungicidas com três princípios ativos, visando o controle de populações de fungos em diferentes fases do ciclo de vida. Se esta alternativa tem se mostrado promissora do ponto de vista agronômico, para apicultores tal medida aparenta ser preocupante. Nesse contexto agrícola, no qual é usual o plantio de vastas áreas com monoculturas, há de se considerar o estado nutricional e imunológico desses insetos polinizadores, haja vista que deficiências nutricionais podem implicar em maior suscetibilidade a agentes estressores, como os fungicidas. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos dos fungicidas bixafen, protioconazol e trifloxistrobina, isolados ou em associação, sobre a expressão de genes com função inerente a processos de detoxificação, nutrição, longevidade e imunidade de abelhas melíferas, que tiveram a sua alimentação suplementada ou restrita, utilizando-se doses dos fungicidas que podem contaminar as abelhas quando a aplicação é realizada de acordo com as recomendações agronômicas. Neste ensaio, foram estabelecidas duas doses de contaminação: 1 e 7 μg de cada fungicida por abelha. O manejo alimentar consistiu em alimentar cinco colônias com dietas formuladas com ingredientes energéticos e proteicos por 15 semanas. Durante o mesmo período, outro grupo de cinco colônias não teve sua alimentação suplementada e para restringir o consumo de alimento proteico, foi colocado um coletor de pólen no alvado de cada colmeia. Após este período, foram coletadas abelhas campeiras, que foram contaminadas por contato com as doses preestabelecidas. Após 48h da contaminação, as abelhas foram dissecadas, e os abdomens sem intestino foram utilizados para a análise de expressão gênica por meio de PCR em tempo real. Houve alteração da expressão dos 10 genes avaliados com os três fungicidas, com destaque para a infrarregulação observada quando as abelhas foram contaminadas com a maior dose dos três fungicidas em associação. Abelhas do grupo de colônias com suplementação alimentar apresentaram menos diferenças em relação ao controle (sem fungicida) em relação às abelhas do grupo com restrição alimentar. Os fungicidas estudados podem comprometer a saúde das abelhas, principalmente quando a contaminação se dá por meio da associação dos três fungicidas em dose de 7 μg de cada fungicida por abelha