Pequenas centrais hidrelétricas no rio Sapucaí-mirim (sp): diversidade e estrutura genética de Astyanax lacustris

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Caio Felipe da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191532
Resumo: O rio Sapucaí-mirim está localizado na bacia do alto rio Paraná e apresenta uma grande diversidade de peixes neotropicais. Dentre eles, encontra-se a espécie Astyanax lacustris, popularmente conhecida como “lambari-do-rabo-amarelo”, abundante na região. A bacia do alto rio Paraná vêm enfrentando construções de inúmeras Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e pouco se sabe a respeito do seu impacto nas populações naturais. Marcadores moleculares microssatélites são amplamente utilizados em estudos de diversidade e estruturação genética, principalmente devido a sua codomiância, abundância no genoma dos eucariotos e polimorfismo. Dado o exposto, o presente estudo analisou a diversidade e estrutura genética de populações naturais de A. lacustris coletadas a montante (reservatório da PCH de Palmeiras) e a jusante (escada da PCH de Retiro) nos anos de 2018 e 2019 utilizando marcadores microssatélites, afim de se ter mais dados a respeito do impacto dos barramentos nessas populações naturais de peixes. Sete loci microssatélites foram aplicados e programas computacionais foram utilizados para as análises. Os resultados mostraram, que de maneira geral, os quatro estoques amostrados apresentaram uma alta diversidade genética e afirmou-se a eficiência desses marcadores. No que se diz respeito a estruturação genética, foram detectados três grupos diferenciados entre si: um grupo à montante (reservatório da PCH de Palmeiras) e dois grupos amostrados a jusante, nos anos de 2018 e 2019, respectivamente. A alta diversidade genética pode ser explicada, além da capacidade dessa espécie de se adaptar a condições ambientais hostis, a práticas de repovoamento por técnicas de supportive breeding. Um outro fator que pode ter levado a esse resultado é que ambas PCHs foram contruídas recentemente. O fato das escadas das PCHs brasileiras apenas permitiram a passagem no sentido jusante-montante, pode explicar o fato da diferença populacional encontrada entre os estoques das escada da PCH de Retiro (jusante) entre os anos e a diferença da mesma com o grupo identificado a montante. Por fim, este trabalho ressalta a importância da implamentação de medidas mitigadoras, além de servir como base para futuros trabalhos, uma vez que os estudos de monitoramento inicial e contínuo de diversidade e estrutura de peixes são escassos no Brasil.