Interferência da beldroega no tomateiro: suas possibilidade de controle e sua relação com nematóide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alves, Felipe da Cunha. [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192948
Resumo: Sendo a beldroega uma planta infestante da cultura do tomate e uma hospedeira natural de nematoides do gênero Meloidogyne, levanta-se a hipótese de que a ocorrência dessa planta daninha em áreas de plantios de tomate possa interferir no crescimento e produtividade do tomateiro, dependendo do período de convivência, e que existe uma relação da sua ocorrência com a infestação de M. incognita no tomateiro, e que é possível controlá-la com seletividade ao tomateiro. Dessa forma, com este estudo, objetivou-se: a) avaliar se há interferência da beldroega no crescimento e produtividade do tomateiro; b) determinar o período de convivência da planta daninha com a cultura que não afete o crescimento e a produtividade do tomateiro; c) avaliar se a beldroega infestando a cultura do tomate atua como hospedeira de Meloidogyne javanica e com isso reduz a sua infestação no tomateiro; d) estudar a seletividade de herbicidas ao tomateiro visando o controle da beldroega em pré e pós-emergência e) verificar se a velocidade de controle do metribuzim elimina de imediato a interferência dessa planta daninha no tomateiro. Para tanto, esse estudo constou de três experimentos. No primeiro, os tratamentos experimentais consistiram de três períodos de convivência do tomateiro „Dylla‟ com a beldroega (14, 21 e 60 dias após o transplantio), com um tratamento para tomate sem convivência com a planta daninha e outro tratamento para a beldroega sem convivência com a cultura, todos com ou sem a inoculação de Meloidogyne javanica. Os tratamentos foram dispostos no delineamento experimental de blocos casualizados, em 6 repetições. Nos tomateiros foram avaliados aos 7, 14 e 21 dias após o transplantio (DAT), número de ramos e folhas. Junto à essas avaliações e também aos 60 DAT, foram realizadas medições da altura do tomateiro; ainda aos 60 DAT determinou-se o comprimento e massa fresca radicular, massa seca da parte aérea e produtividade do tomateiro, e quantificou-se a população final de nematoides no solo e nas raízes de ambas as espécies, para se calcular o fator de reprodução e a percentagem de controle. No segundo experimento, os tratamentos constaram da aplicação de dez herbicidas registrados para o controle de beldroega em diversas culturas, sendo cinco em pré-emergência da planta daninha (sulfentrazone, s-metolacloro, diclosulam, metsulfurom-metílico e trifuralina) e cinco em pós-emergência (flazasulfuron, fomesafem, nicosulfuron, metribuzim e atrazina), todos nas doses prescritas pelos fabricantes, com uma testemunha sem aplicação. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com os onze tratamentos em sete repetições. Aos 3, 5, 7 e 14 dias após a aplicação (DAA) foram atribuídas notas visuais de fitotoxicidade, aos 3 e 7 DAA foram mensuradas a altura da planta e aos 7 DAA o diâmetro do caule do tomateiro. Ao término do período experimental, aos 14 DAA, além dessas características, foram mensuradas a área foliar e massa fresca e seca das folhas e do caule. No terceiro experimento, os tratamentos consistiram das duas espécies de plantas isoladas ou em convivência por quatro períodos (0, 7, 14 e 21 dias após o transplantio), ao término dos quais procedeu-se ao controle da planta daninha por meio da aplicação de metribuzim (1,0 L p.c. ha-1 ), com uma testemunha para cada espécie sem a convivência (monocultura) e outra com a convivência entre ambas, mas sem o controle químico. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro repetições. Aos 7 dias após a aplicação do metribuzim e ao iii final do período experimental (28 DAA) foram atribuídas notas visuais de controle da beldroega e de intoxicação nos tomateiros. Ainda ao final do período experimental foram determinados nos tomateiros a altura das plantas, diâmetro do caule, teor relativo de clorofila total, número de folhas, flores e frutos, área foliar e matéria seca de caule, folhas, flores e frutos. Nas plantas de beldroega foram determinados o comprimento do ramo dominante, área foliar e matéria seca de folhas e ramos. Pelos resultados obtidos, pode-se concluir que: a) o tomateiro pode conviver com uma planta de beldroega até os 28 dias após o transplante, após os quais manifesta sua interferência, reduzindo o crescimento e a produtividade da cultura; b a beldroega é uma excelente hospedeira de Meloidogyne javanica, reduzindo a infestação desse nematoide no tomateiro já a partir dos 14 dias de convivência; c) dentre os dez herbicidas registrados para o controle da beldroega testados, o metribuzim se destacou pela seletividade ao tomateiro, velocidade e eficácia no controle da beldroega, seguido do flazasulfuron na seletividade, enquanto o fomezafem, nicosulfuron e trifluralina possuem potencial de uso na cultura por meio do ajuste das doses.