Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pagnussatt Neto, Eugenio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/237401
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Resumo: |
Introdução e Objetivos: No processo de hemostasia, o fibrinogênio participa da agregação plaquetária formando uma espécie de rede, além de, após ser clivado pela trombina, resultar em monômeros de fibrina que são polimerizados para formar o coágulo. Há tendência ao aumento do sangramento perioperatório em pacientes com níveis plasmáticos de fibrinogênio inferiores a 200 mg.dL-1. O objetivo deste estudo foi avaliar se há associação entre os valores pré-operatórios de fibrinogênio e a transfusão de hemocomponentes no período perioperatório de cirurgia ortopédica de grande porte. Métodos: Em estudo observacional de coorte, foram incluídos pacientes adultos, de ambos os sexos, submetidos à artroplastia primária ou revisão de artroplastia de quadril por etiologias não traumáticas. No período pré-operatório, foram avaliados o fibrinogênio plasmático, o hemograma, o coagulograma e a contagem de plaquetas para avaliar a associação dessas variáveis com o emprego de hemocomponentes no período perioperatório (até 48 horas após a cirurgia). Estipulou-se o valor do fibrinogênio sérico de 200 mg.dL-1 para os cálculos da predição de transfusão de hemocomponentes. Também foi analisada a associação de fatores intraoperatórios (tipo de cirurgia, técnica anestésica, uso de antifibrinolíticos e tempo cirúrgico) e a necessidade de hemotransfusão. Para validação do teste prognóstico – fibrinogênio plasmático pré- operatório - quanto à sua capacidade de rastreio de pacientes com risco de transfusão, viii foram calculados o valor da sensibilidade, especificidade, valores preditivos, acurácia e as razões de verossimilhança positiva e negativa. Resultados: No total, 195 pacientes foram avaliados. A média (desvio padrão) do valor plasmático de fibrinogênio foi de 315 (83) mg.dL-1 e somente 13 pacientes tiveram valores inferiores a 200 mg.dL-1, sendo que apenas um destes pacientes recebeu transfusão sanguínea, com risco absoluto (1/13) = 7,69% (intervalo de confiança [IC] de 95%: 1,37% - 33,31%). Não houve associação entre o valor plasmático pré-operatório de fibrinogênio e a ocorrência de transfusão sanguínea no perioperatório (p = 0,745). A sensibilidade e o valor preditivo positivo do fibrinogênio plasmático < 200 mg.dL-1 como preditor de transfusão foram 4,17% (IC 95%: 0,11% - 21,12%) e 7,69% (IC 95%: 1,12% - 37,99%), respectivamente, e acurácia de 82,05% (IC 95%: 75,93% - 87,17%). Houve associação entre a ocorrência de transfusão sanguínea e valores pré-operatórios mais baixos de hemoglobina (p = 0,028) e do hematócrito (p = 0,006), assim como entre essas medidas no pós-operatório (p = 0,001). A cirurgia de revisão de artroplastia do quadril (p = 0,005) e o maior tempo cirúrgico (p = 0,001) também foram associados à maior ocorrência de transfusão. A idade, o sexo, a cor de pele, o índice de massa corporal, a classificação do estado físico e os componentes do coagulograma não foram associados à maior incidência de hemotransfusão. Conclusão: O valor pré-operatório do fibrinogênio plasmático nas cirurgias de quadril não está associado à realização de transfusão sanguínea e não é eficaz como biomarcador para risco de transfusão de hemocomponentes. Entretanto, valores menores de hemoglobina e do hematócrito nos períodos pré e pós-operatório, assim como o tipo de cirurgia e o tempo cirúrgico se associam com a realização de hemotransfusão. |