A plasticidade da voz crítica: os textos de Roberto Pompeu de Toledo na revista Veja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Alves, Juliana Tomé [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93978
Resumo: O trabalho apresentado tem por objetivo analisar os mecanismos de apresentação, apreensão e tratamento dado às vozes sociais nos artigos de opinião de Roberto Pompeu de Toledo publicados semanalmente na revista Veja. Para tanto, toma como fundamentação teórica a obra de Mikhail Bakhtin e seu Círculo; organizada com base no que, nem sempre, mas freqüentemente, se considera seu denominador comum: o conceito de dialogismo. Esse posicionamento teórico leva a estabelecer procedimentos de análise que privilegiam a identificação e caracterização das diferentes vozes por meio das quais os textos se constituem, o exame do processo de transmissão/representação do discurso do outro, nesse contexto em que se entende que as dinâmicas da inter-relação das vozes representa a inter-relação social dos sujeitos com a ideologia. Para isso, foram avaliados 25 textos de Toledo publicados entre julho e dezembro de 2005 na revista Veja. Esses textos caracterizam-se pela temporalidade atual das temáticas abordadas, tendo o cronótopo uma função organizadora dos textos e de seus sentidos, como também o uso de ironias e de discursos reportados, elementos de transmissão valorativa da voz do enunciador. Verificamos que as ironias e os discursos reportados se constroem por meio de uma relação de vozes, que contribuem para a amenização do modo de dizer a crítica do enunciador. Se há relativização de um lado; de outro, ao recorrer a outros dizeres e saberes, sustentando sua opinião neles, o enunciador tenta fazer do seu posicionamento um dizer irrefutável, dando-lhe um peso absoluto. Entretanto, vêse que se instaura no texto apenas um efeito de irrefutabilidade, uma vez que o sentido atribuído a ele é construído por um jogo entre o texto, o enunciador e o enunciatário, e este pode ou não concordar com o que é dito.