A carta argumentativa em perspectiva semiótica: a cena predicativa da escrita em sala de aula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Scaliante, Daniele Cristina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/210890
Resumo: A presente pesquisa busca discutir o ensino de redação em sala de aula, entendido como prática semiótica de produção de texto, regida por outras práticas, com as quais se inter-relaciona. Para não se pensar a escrita como mera produção de conteúdo, buscamos observar de que modo os alunos podem se apropriar dessa prática, naturalizando a escrita como experiência semiótica que ultrapassa o universo escolar e suas normas e protocolos. Para tanto, colocamos em xeque a abordagem discursiva que ignora a dimensão do suporte de inscrição e buscamos pensar a escrita como gesto de inscrição em uma variedade de suportes. Nessa direção, estabelecemos como fio condutor o conceito de cena prática (Jacques Fontanille), que regula as instâncias de produção de texto (instâncias didática, pública, familiar etc.), na medida em que concebe a prática de escrita como fruto de um ou mais processos, cercados pelos actantes próprios a esses processos, circunscritos e implicados pelas propriedades formais dos objetos e espaços envolvidos na cena (sala de aula, cadernos, materiais didáticos, etc.). Nesse sentido, elegemos o gênero epistolar, presente nos materiais didáticos, como prática social já enraizada na cultura, em cotejo com práticas de escrita em contexto digital, especialmente o comentário on-line, que tem com a prática epistolar alguns pontos de contato: tanto a prática epistolar quanto a prática do comentário on-line são simulacros de situações de comunicação in praesentia, que nos permitiram identificar as estratégias enunciativas que organizam e caracterizam esses gêneros nos dois espaços que circulam. Ainda que sejam, ambos, de caráter argumentativo, a hipótese que seguimos é que a mudança de suporte que está por detrás da própria caracterização genérica de cada um deles, acaba por interferir nas práticas de escrita e pudemos observar de que modo ocorre esta apropriação. Ou seja, em nossa reflexão, propusemos uma reflexão sobre os gêneros que fugisse da tradicional perspectiva de estudo que contempla a comparação ou classificações estereotipadas e que levou em consideração, na esteira das propostas de Jacques Fontanille, os diversos níveis de pertinência da análise semiótica, com especial destaque aos problemas relativos ao objeto-suporte, às cenas predicativas e ao texto-enunciado.