Raiz, planta e cultura: as roças indígenas nos hábitos alimentares do povo Paresi, Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Maciel, Márcia Regina Antunes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/103232
Resumo: Na busca por alimentos os seres humanos vêm, ao longo do tempo desenvolvendo formas e técnicas ou de coleta ou de produção, para obter o que lhes é necessário para a sobrevivência física. Assim, o surgimento da agricultura produziu os impactos de uma revolução social e cultural sobre a humanidade há cerca de dez ou doze mil anos atrás. Entre os povos que desenvolveram agricultura estão os indígenas das Américas. No Brasil habitam cerca de 460 mil índios, e mais da metade da população indígena está localizada nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Os Paresi, que se autodenominam Halíti, são habitantes tradicionais dos chapadões do estado do Mato Grosso. Este grupo indígena está inserido em uma área ecotonal de cerrado e Amazônia que, ao longo do tempo, tem sofrido diversos tipos de exploração, o que ocasiona dificuldades para sua sustentação e sobrevivência física. A pesquisa de campo ocorreu no período de 2008 a 2009, na aldeia Paraíso, situada na Terra Indígena (T.I.) Juininha, município de Tangará da Serra, MT. O objetivo principal foi descrever e interpretar em profundidade as práticas agrícolas tradicionais indígenas da etnia Paresi no cultivo e coleta de plantas alimentícias. O trabalho de campo foi realizado por meio de abordagem qualitativa, utilizando entrevistas não estruturadas e semi-estruturadas, conversas informais e observação participante ativa. Paralelamente a esta atividade, as plantas, citadas como alimento, foram fotografadas, para identificação botânica. Como resultado verificou-se, que nas atividades da roça distinguiram-se as seguintes etapas componentes do calendário agrícola: escolha da área, broca, derrubada, queimada, coivara, plantio, tratos culturais, oferecimento, colheita e replantio. Além disso, algumas plantas são toleradas ou manejadas dentro e no entorno da roça, como o timbó usado na pesca...