Expectativas profissionais e acadêmicas de alunos com deficiência no ensino médio: percepção e vivências de estudantes, pais e professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Batista, Mirian Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/216124
Resumo: Considerando os princípios legais sobre o direito de todos à educação e às atuais políticas públicas que orientam a organização de sistemas educacionais inclusivos, muitos estudos relativamente recentes têm demonstrado que a baixa escolarização é fator preponderante. Assim, esta pesquisa tem por objetivo geral analisar as expectativas profissionais e acadêmicas de estudantes com deficiência após o término do Ensino Médio, a partir das vivências e percepções dos próprios estudantes, de seus pais/responsável e seus professores. Em específico, pretende-se descrever e analisar as perspectivas futuras, concernentes à formação, às oportunidades laborais desses estudantes após essa modalidade de ensino. Para tanto, metodologicamente, realizou-se um estudo descritivo de abordagem qualitativa, a partir de três tipos de questionários: de caraterização da trajetória escolar, de caracterização do aluno e de caracterização do professor e pais/responsável, aplicados via entrevistas semiestruturadas. Os dados qualitativos foram gravados, transcritos integralmente, para segmentação posterior em recortes, cujas análises se deram via técnica da Análise de Conteúdo, por possibilitar explorar as opiniões e as vivências dos sujeitos mediante a circunstância eleita pela pesquisa. O lócus de pesquisa foi o município de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, e a rede estadual de ensino básico, composta de 11 escolas que, no momento, atendem 64 alunos com deficiência. O estudo realizou-se em sete dessas escolas, a partir da coleta de dados de 12 alunos matriculados no Ensino Médio. Para o processo analítico, utilizaram-se os estudos de Bardin (2016), com a finalidade de contribuir para a diminuição da carência de estudos que avaliem os desdobramentos da área de educação. Resultados preliminares apontam para um histórico e um percurso escolar permeados por preconceitos e estigmas que, por vezes, passam despercebidos pelos estudantes. Esses estigmas promovem a emergência de uma culpabilidade singular, inerente à deficiência. Pôde-se constatar, também, a convicção, o interesse e a apropriação dos estudantes quanto ao estudo e ao trabalho, sobretudo para sua dignidade e sobrevivência. Em relação ao acesso ao Ensino Médio, a formação revelou-se importante, embora circundada por relatos de invisibilidade. Os pais/responsáveis e professores atribuem ao estudo e ao trabalho ser de grande relevância para este público, entretanto, os depoimentos estabeleceram-se perpassados de superproteção e insegurança, especialmente no que concerne ao trabalho. A maioria dos professores salientou a importância desses estudantes estarem cursando o Ensino Médio, porém relataram a falta de apoio e formação para o desenvolvimento de um bom trabalho pedagógico para melhor desempenho docente com o público-alvo da educação especial (Público-Alvo da Educação Especial - PAEE). Apesar da escassez de estudos voltados a esse contexto, espera-se que os dados levantados e as ponderações feitas à luz de teóricos da educação inclusiva possam subsidiar trabalhos posteriores.