Detecção do Vírus da Hepatite C (VHC) em megacariócitos expostos in vitro ao vírus provenientes de indivíduos não infectados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Tancler, Nathália Almeida Souza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/149796
Resumo: Embora as células alvo do Vírus da Hepatite C (VHC) sejam hepatócitos, o RNA do vírus já foi descrito em outros compartimentos extra-hepáticos como células dendríticas, linfócitos, macrófagos e plaquetas. Estas últimas, são responsáveis pelo carreamento do vírus no paciente infectado, e apesar da ausência do principal receptor associado à entrada do vírus nas células alvo, o CD81, o VHC é capaz de interagir com plaquetas depois de incubação in vitro. Ainda, o vírus carreado pela plaqueta apresenta uma maior estabilidade quando comparado ao vírus circulante no plasma, o que faz com que o vírus presente na plaqueta adquira considerável importância no curso da Hepatite C crônica, podendo funcionar como reservatório para o vírus. No entanto, pouco se conhece se a presença do vírus em plaquetas pode advir de uma prévia interação do vírus com as células precursoras da plaqueta na medula óssea, os megacariócitos. Assim, o presente estudo avaliou a presença do VHC em megacariócitos expostos, in vitro, ao VHC. Material excedente de doadores voluntários e saudáveis de medula óssea foi utilizado como fonte para o isolamento dos megacariócitos, os quais, foram incubados in vitro com 100.000UI/mL de VHC de genótipo 1 (39 horas; 5% de emissão de CO2; homogeinização 3x/dia no mesmo horário). Depois da incubação, os megacariócitos foram isolados e submetidos a análise qualitativa e quantitativa buscando a presença do vírus. Os resultados do presente estudo demonstraram que o VHC pode interagir com megacariócito diretamente, embora isso não tenha ocorrido em todos os casos avaliados. Este resultado sugere que o vírus encontrado na plaqueta na circulação periférica pode advir da fragmentação do megacariócito, já infectado, além da interação direta com a plaqueta. Assim, a plaqueta poderia constituir um reservatório viral circulante, o qual ao passar pela circulação hepática poderia conduzir a reinfecção, liberando os vírus no hepatócito, produzindo nova infecção, criando um ciclo hepatócito-plaqueta-hepatócito, contribuindo para a persistência viral no paciente infectado.