El Libro de Las Béstias de Ramón Llull: a ilustração do fenômeno político pela animalidade (século XIII)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Anjos, Crislayne Fátima dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202533
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo analisar o fenômeno político através do olhar dos bestiários, representação, tanto textual, como figurativa dos seres naturais, caracteristicamente populares na Idade Média e profundamente influenciado pelo neoplatonismo cristão. Transmissor de elementos simbólicos enraizados nos profundos fundamentos da exegese bíblica e das reminiscências da memória que remonta à Antiguidade, as representações animais enviavam o homem medieval para uma nova dimensão de seu próprio imaginário e de sua mentalidade. Suas dimensões moralizantes habitaram, não apenas ao espaço religioso, mas se fizeram presentes em crônicas destinadas à nobreza e reais, bem como nos tratados políticos. E sobre este último que se vai debruçar. Escrito em fins do século XIII, El Libro de las Bestias, obra político-filosófica catalã, cujo conteúdo versa sobre uma sociedade de Bestas que vivenciam um processo eleitoral para o ofício de rei e suas consequências. Ilustra em suas linhas, a descrição do cenário político e as minúcias de saber atuar no âmbito do poder. Seu autor, o maiorquino Ramón Llull (1232-1316), prolífico autor e transeunte confesso dos mais abundantes campos da intelectualidade medieval, se dedica em sua obra a alertar os governantes sobre os perigos que desfilam nos centros de governo. Tem como objetivo está pesquisa, buscar analisar as múltiplas facetas do poder manifestadas na corte do reino das Bestas através dos seus comportamentos e de suas expressividades. A proposta de Ramón concentra-se na ideia de que o governante trabalhe com generosidade e virtude acima de seus interesses particulares, pressuposto que se torna evidente nas esmiuçadas descrições sobre a deterioração da figura do rei diante a face obscura do poder. Paralelamente, Ramón Llull preocupa-se em advertir os governantes para que se preservem dos maus conselheiros, elementos estes que acabam por fundir-se à figura real.