Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Souza, Dulcinéia Beirigo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204382
|
Resumo: |
O presente estudo vincula-se à linha de pesquisa “Políticas Públicas, Organização Escolar e Formação de Professores”, situa-se no campo de estudos sobre a formação de professores, tendo como objeto de discussão o ethos profissional docente e suas relações com o curso de formação inicial em Pedagogia. O movimento para a construção da tese partiu, inicialmente, do autoquestionamento acerca da minha trajetória escolar e profissional (como ex-aluna do curso) e, por conseguinte, as condições históricas dos discursos sobre ser professor, com ênfase nas imagens oriundas dessas concepções, que ganham legitimidade na atualidade. Somam-se a isso as discussões disseminadas em espaços que orientam a carreira docente, e as advindas de pesquisas acadêmicas e de políticas públicas. Para tanto, como objetivo geral, ela se propõe compreender as concepções referentes ao ethos da docência, com o intuito de trazer à tona os sentidos de ser professor na contemporaneidade, tendo ainda como objetivos específicos: (a) identificar os processos pelos quais o professor é produzido e se produz, buscando o ser professor por meio de seus processos formativos, dando destaque ao papel das trajetórias pessoais e do curso de Pedagogia nos itinerários de formação; e (b) refletir sobre as experiências narradas por professoras e ex-alunas do curso de Pedagogia, quanto à constituição de seu ethos docente, isto é, do seu modo de ser professor. O estudo foi conduzido com abordagem qualitativa, classificada como exploratória, que utilizou como procedimentos para obtenção das informações entrevistas narrativas reflexivas com seis professoras, que foram analisadas a luz da técnica que orienta a organização do referido instrumento. Desta forma, os discursos da vida cotidiana foram tomados como elementos de aproximação do objeto de estudo, sendo realizadas, na sequência, as imersões necessárias para apreender as percepções dos sujeitos entrevistados sobre o que é ser professor, seu ethos constituinte e a participação no curso de Pedagogia da FCT/Unesp nesse processo. Os resultados encontrados apontam para um ethos profissional docente marcado por imagens difusas, enraizadas em discursos homogenizadores de natureza política neoliberal; também dissociados e descontextualizados sobre a concretude do ser professor, caracterizado ora pelo enaltecimento do professor vocacionado e ora pelo apelo da busca incessante do professor profissional especializado. Foi possível, ainda, reconhecer que o curso de Pedagogia – como formação inicial específica - não representa a única referência na constituição dos modos de ser professor, dada a influência dos contextos sócio-histórico de origem e das condições sociais e subjetivas de cada pessoa, tanto em nível macro (políticas educacionais de formação e status da profissão) quanto micro (trajetórias de vida, escolares e profissional do professor. Evidenciou-se que a consolidação de um ethos docente se dá pelo movimento dialético tradição/inovação de forma situada sociohistoricamente, sendo que o curso em questão oferece grande contribuição, pois configurou-se como elemento gerador de conflito e reflexões, formando e fundamentando o professor egresso em uma práxis de resistência, que busca permanente e notadamente superar a tradição, na qual ele é tido como um sujeito sem identidade, mero executor de técnicas educacionais e descompromissado com o entorno político-social. Por fim, esta pesquisa implica-nos a compreender que não se define "o ser professor", sobretudo por máximas generalistas, pois "o ser professor" se revela na multiplicidade controversa e dinâmica das condições concretas de sua existência e ofício. |