Compatibilidade com inseticidas químicos e encapsulamento de Beauveria bassiana para controle de Sphenophorus levis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Smaniotto, Giovani [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MIP
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191357
Resumo: A cana-de-açúcar possui grande destaque no cenário econômico mundial, por ser matéria prima para a produção de açúcar, etanol e uma diversidade de produtos secundários. Esta cultura vem se expandindo para novas áreas agricultáveis do Brasil e consequentemente fatores que limitam a produtividade também se fazem presente. Um dos fatores limitantes são os insetos-pragas. Para cana-de-açúcar estima-se que existam aproximadamente 80 espécies de insetos causando danos. Dentre estas espécies, Sphenophorus levis Vaurie, 1978 (Coleoptera: Curculionidae) é a principal praga de solo, causando perdas significativas na produção. O uso de fungos entomopatogênicos tem se mostrado promissor para o controle deste inseto-praga. Dentre estes fungos, Beauveria bassiana (Hypocreales: Cordycipitaceae) se apresenta como um agente promissor para o controle desta praga; porém é suscetível a fatores abióticos, como radiação UV, que reduzem a sua eficiência em campo. Outro fator limitante ao uso deste agente é a falta de conhecimento em relação compatibilidade com inseticidas químicos. Estas informações são úteis para o uso associado destes dois métodos de controle. Tendo em vista estas problemáticas, o presente estudo teve como objetivo realizar testes de compatibilidade com inseticidas químicos e o encapsulamento de um isolado de B. bassiana para diminuir os efeitos da radiação UV. O encapsulamento do fungo foi realizado pelo método de gelificação iônica, com uma suspensão de alginato de sódio contendo o fungo em uma solução de cloreto de cálcio. O teste de patogenicidade foi realizado com partículas secas e úmidas, sendo divididas em duas quantidades 0,05 e 0,1 g, fungo não encapsulado também foi utilizado para o teste. Para avaliação dos efeitos da radiação UV, o fungo encapsulado e não encapsulado foi exposto a radiação UV-A e UV-B em diferentes tempos (0, 30, 60, 120, 240, 480 e 720 minutos), após 7 dias o crescimento das colônias foi mensurado. Nos testes de compatibilidade in vitro,13 inseticidas foram testados em três doses (mínima, média e máxima) com a mistura destes ao meio de cultura ainda liquido e sua transferência para Placa de Petri, onde uma alíquota de 5 µL do fungo foi inoculada no centro da placa. O material foi acondicionado em B.O.D e sete dias depois foram avaliados os parâmetros crescimento vegetativo, esporulação e viabilidade de conídios. Para determinar a compatibilidade entre os inseticidas e B. bassiana foi utilizada uma fórmula matemática da compatibilidade de produtos fitossanitários e entomopatógenos. O fungo não encapsulado causou mortalidade de 100% dos insetos, já o fungo encapsulado a mortalidade observada foi 60 % para partículas úmidas nas duas quantidades usadas, sendo que 75% dos insetos mortos houve esporulação do fungo. Já para as partículas secas a mortalidade foi de 30% para 0,05 g com 25% dos insetos mortos apresentando esporulação do fungo e 40% de mortalidade com a quantidade de 0,01 g de partículas com 83,3% dos insetos mortos apresentando esporulação do fungo. Quanto a radiação UV os tempos de exposição 30 e 480 minutos, o fungo não encapsulado apresentou maior tamanho de colônia. O isolado testado apresentou capacidade de restaurar o crescimento depois de afetado pela radiação UV. O inseticida Evidence® 700 inibiu o desenvolvimento do fungo nos parâmetros avaliados. O crescimento vegetativo e a esporulação apresentaram variação entre as doses testadas de cada produto. A germinação de conídios foi inversamente proporcional com a dose de cada produto testado. Somente os inseticidas Singular® e Diamante® foram compatíveis com o isolado de B. bassiana na dose recomendada, enquanto o primeiro foi compatível no dobro da dose recomendada.