Atividade da piperina na modulação de mediadores inflamatórios em células de câncer de cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Zanetoni, Juliana Prado Gusson
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/254718
http://lattes.cnpq.br/6660672254003847
https://orcid.org/0000-0002-5759-3842
Resumo: Os produtos naturais têm motivado a humanidade a descobrir novos agentes terapêuticos para várias doenças, especialmente as cancerígenas. Os carcinomas escamosos de cabeça e pescoço consistem em um grupo de neoplasias malignas localizadas acima da clavícula e abaixo da base do crânio, que afetam o revestimento mucoso em diferentes regiões anatômicas do trato aerodigestivo superior, ocupando o sexto lugar em termos de novos casos e mortes. Nesse contexto, a piperina destaca-se por ser um componente bioativo isolado principalmente da pimenta preta (Piper nigrum), que contém diversas propriedades biológicas como anti-inflamatória, imunomoduladora e anticancerígena. Com estas considerações, o objetivo do trabalho foi avaliar os mecanismos celulares e moleculares relevantes para o efeito antitumoral da piperina na modulação da via inflamatória em células de câncer de cabeça e pescoço. As linhagens de câncer de cabeça e pescoço (HEp-2 e SCC-25) foram tratadas com diferentes concentrações de piperina (25- 300 μM) para determinação da proliferação, viabilidade/citotoxicidade e formação de colônias. A invasão, apoptose e ciclo celular foram quantificadas pelo ensaio de Transwell e citometria de fluxo. Os níveis da expressão das citocinas IL-1β, IL-8 and IFN-γ foram determinados por ensaio imunoenzimático. O PCRq, Western blot, e a imunocitoquímica foram realizados para quantificação da expressão de genes e proteínas envolvidas na sinalização de PTGS2, PTGER4, MMP2/9, ERK e p38. Nossos resultados evidenciaram que a piperina promoveu alteração da morfologia celular, redução da proliferação, viabilidade e formação de colônias celulares em mais de 50% de morte celular. A piperina também apresentou efeito citotóxico em altas concentrações (IC50 = 157,3 para HEp-2 e 249,9 para SCC-25) e induziu danos ao material genético nas células HEp-2 (de 62.3% para 137.3%) e SCC-25 (de 78.6% para 159%), certamente por desencadear o processo apoptótico devido ao acúmulo de DNA, e consequente parada do ciclo celular nas fases G2/M e S. O fitoterápico diminuiu a invasão celular de 70.3 (HEp-2) e 24.6 (SCC-25), para 12.3 e 10.3, referente ao número de células, e também pela redução (2 vezes) da expressão dos genes relacionados com metástase (MMP2/9), além de alterar a expressão de mRNA e proteínas da via inflamatória da ciclooxigenase 2, com a diminuição do gene PTGS2 em mais de 2 vezes. Piperina também regulou a secreção de citocinas pró-inflamatórias, provavelmente pela diminuição de mais de 50% da expressão de ERK e p38 (MAPK). Esses dados são inéditos na carcinogênese de cabeça e pescoço, evidenciando que a piperina atua diretamente nas moléculas e vias promotoras da inflamação, em resposta às suas propriedades anti-inflamatórias e anticancerígenas, podendo originar um novo agente terapêutico para o câncer de cabeça e pescoço.