Um capítulo da história da estética marxista no Brasil: debate sobre Franz Kafka (1960-1980)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Edson Roberto de Oliveira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/234870
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo tratar do debate nacional sobre a literatura kafkiana entre o período de 1960-1980. Esse debate figurou um capítulo da história da estética marxista no Brasil, pois trouxe novas categorias para se pensar a arte e a literatura como um produto humano servindo para o conhecimento da realidade histórico-social. Com os acontecimentos culturais e políticos da década de 1960 a popularização da literatura kafkiana ficou marcada por trazer conteúdos históricos-estéticos que colaboravam para pensar e esclarecer os fenômenos da alienação e reificação da realidade brasileira. Sua literatura chamou atenção de filósofos e críticos literários marxistas. Roberto Schwarz, foi o primeiro marxista a tratar e publicar um ensaio sobre a literatura kafkiana. Debatendo com o filósofo Günther Anders, defendeu a literatura de Kafka como um “conto de fadas de sinal trocado” e, seu caminho técnico criativo, como ponto de partida “anti-realista”. Leandro Konder, mostrando a ligação da vida cotidiana e realidade histórica de Kafka com sua produção literária, utilizou a obras de Kafka para dar substancialidade estética para o fenômeno da alienação; e entrou em debate com György Lukács defendendo Kafka como um escritor realista que figurou, de maneira artística, o mundo reificado do imperialismo-monopolista. Carlos Nelson Coutinho buscou defender a literatura kafkiana como realismo fantástico, tratando Kafka como um novelista e, em debate com Lukács, também defendeu Kafka como um escritor realista, crítico do mundo reificado. Os debates, travados por Schwarz, Konder e Coutinho sobre a literatura kafkiana, contribuíram para formar um capítulo da história estética marxista no Brasil.