A construção narrativa em Cidade de Deus de Paulo Lins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Pereira, Graziela Bachião Martins Colombari [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/91572
Resumo: O presente trabalho propõe-se a fazer um estudo do romance Cidade de Deus (1ª ed. 1997) de Paulo Lins, com vistas a compreender o modo como o autor constrói a ficcionalidade no interior do texto. Obra singular da literatura brasileira, foi escrita a partir de um projeto da antropóloga Alba Zaluar sobre criminalidade no Rio de Janeiro – do qual Lins foi colaborador –, que incluiu a realização de uma série de entrevistas. Por ser palco de uma das mais violentas localidades da capital do estado do RJ, o conjunto habitacional Cidade de Deus suscitou e continua a impulsionar discussões sobre temas complexos e polêmicos da atualidade brasileira, decorrentes de reflexões sobre o espaço da favela nos grandes centros. Colocam-se aí temas como a infantilização da violência, o tráfico de drogas, o porte ilegal de armas, dentre outros. Produzido no espaço da cultura brasileira contemporânea, o texto, ao mesmo tempo em que apresenta marcas de sua época, mostra-se como um trabalho original de recriação e pesquisa estética. A proposta busca, justamente, as marcas de literariedade na construção elaborada das personagens, no estabelecimento de conflitos, nas descrições do espaço, na passagem do tempo e na singularidade do foco narrativo. O escritor consegue reunir gêneros textuais e literários díspares – como a épica, a poesia e as produções de massa – e criar uma narrativa complexa que surpreende e foge às expectativas racionalmente lógicas e morais do leitor.