Dunas quaternárias do médio rio São Francisco: proveniência sedimentar com base em minerais pesados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sforcin, Ana Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215989
Resumo: Minerais pesados têm sido utilizados para estudo de proveniência sedimentar em sistemas costeiros no Brasil. No entanto, em sistemas continentais existem poucas contribuições a respeito. Na região noroeste do Estado da Bahia (médio rio São Francisco) ocorre o maior campo de dunas interiores do Quaternário no Brasil. Abrangendo cerca de 8.000 km² na margem esquerda do rio, e cerca de 200 km² na direita, sua grande extensão é resultado de fatores como alto suprimento de areia, alta energia dos ventos de direção E-W e SE-NW, e a presença da Serra do Estreito na margem oeste do sistema eólico, que age como uma barreira física, impedindo o transporte eólico e favorecendo a acumulação dos sedimentos. A partir de análises granulométricas, da assembleia de minerais pesados, e de variedades de turmalina e zircão, buscou-se identificar as fontes sedimentares dos campos eólicos, entender os mecanismos de deposição e verificar se a proveniência sedimentar variou ao longo do tempo. A maior parte dos depósitos analisados é composto por areia média moderadamente selecionada. Quanto à mineralogia, predominam espécies ultraestáveis e estáveis (turmalina, estaurolita e zircão). A assembleia de minerais pesados nos campos das duas margens é similar, entretanto na margem esquerda o mineral mais abundante é estaurolita, enquanto na direita é turmalina. Análise de variedadesvarietal de turmalina e zircão demonstra que predominam grãos anédricos moderadamente a bem arredondados. Porém, na margem direita a proporção de grãos anédricos subangulosos e angulosos aumenta. Com a análise estatística da assembleia mineralógica, concluiu-se que, nas duas margens, os terraços fluviais parecem ter atuado como fonte principal dos sedimentos. Na margem esquerda o rio São Francisco agiu como fonte subordinada. Já na direita, o embasamento neoproterozoico (Grupos Paraguaçu e Chapada Diamantina) foi a fonte subordinada, assim como os terrenos granítico-gnáissico-migmatíticos do embasamento do Cráton São Francisco, veios hidrotermais de turmalina e quartzo e rochas ígneas vulcânicas ácidas e intrusivas básicas relacionadas ao Supergrupo Espinhaço, o que explicaria a presença marcante de turmalina e zircão. O fato de a proporção de grãos anédricos subangulosos e angulosos de turmalina e zircão crescer nesta margem pode ser explicado como resultado entre a curta distância entre a área fonte subordinada e a deposição dos sedimentos. Os índices RZi e TZi não possuem variações consideráveis, então entende-se que não houve mudanças na área fonte nem na seleção hidráulica ao longo do tempo.