Avaliação de dispositivos de entrada para acesso ao computador por alunos com paralisia cerebral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Spiller, Marcelo Grandini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151817
Resumo: O computador tem sido cada vez mais utilizado por professores como recurso para o ensino de alunos com paralisia cerebral durante as atividades escolares. Devido aos comprometimentos motores impostos por tal desordem, estes alunos podem apresentar dificuldades de acesso ao computador dependendo do dispositivo de entrada utilizado. Existem dispositivos convencionais, como o mouse e o teclado padrão, e também aqueles de maior tecnologia como a tela sensível ao toque e os acionadores eletrônicos pelo olhar, como o eye tracker, que podem auxiliar neste processo. Mas qual deles proporciona ao aluno com paralisia cerebral, melhor acesso ao computador: o mouse convencional, a tela sensível ao toque ou o eye tracker? O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia destes três dispositivos de entrada no acesso ao computador por alunos com paralisia cerebral. Participaram do estudo 15 alunos com paralisia cerebral com idade entre 6 e 14 anos, com níveis GMFCS e MACS de I a V. Para a avaliação da eficácia dos dispositivos, os participantes usaram um notebook com tela sensível ao toque, um mouse convencional e um eye tracker para realizar tarefas com os seguintes softwares: o Discrete Aiming Task 2.0, para avaliar o tempo de resposta do usuário na tarefa de seleção de alvo; o Tracking Task 2.0, para avaliar o a porcentagem de tempo no círculo e a frequência de erros na seleção e rastreamento de alvo e, o Single Switch Performance Test (SSPT) 1.0 para avaliar o tempo médio de acionamento de um alvo. Para avaliação do grau de satisfação dos participantes com relação aos dispositivos foi utilizada uma escala analógica visual. Por fim, os usuários foram questionados sobre a preferência dos dispositivos utilizados. Foi realizada análise estatística não paramétrica com nível de significância p≤0,05. Os resultados significativos estatisticamente mostraram que: (1) o eye tracker causou menor frequência de erros, no uso do software Tracking Task v.2.0; (2) o mouse apresentou o menor tempo médio de acionamento no SSPT; (3) A tela sensível ao toque foi o mais eficaz na variável tempo mais lento de acionamento no SSPT; (4) Os participantes com o nível de habilidade manual mais comprometido usaram menos o mouse. As comparações entre: os níveis de habilidade manual e a preferência do dispositivo; os níveis de habilidade motora e a preferência do dispositivo; o gênero dos usuários e a preferência do dispositivo; a classificação topográfica e a preferência do dispositivo, não indicaram diferenças significativas. Observou-se diferença estatística entre o nível de classificação de habilidade manual com a possibilidade de conseguir usar o mouse. O nível de função motora grossa e de habilidade manual dos participantes tem relação com a satisfação com os dispositivos de entrada. Conclui-se que o eye tracker foi o dispositivo mais eficaz na tarefa de seleção de alvos; o mouse, o mais eficaz para os tempos médio e mais rápido de acionamento e, também, para o rastreamento de alvos; a tela sensível ao toque foi mais eficaz na variável tempo mais lento de acionamento e no tempo de resposta para seleção de alvo. A maioria dos participantes preferiu a tela sensível ao toque e demonstrou maior satisfação pela tela sensível ao toque e pelo eye tracker. Espera-se que o presente estudo possa auxiliar e orientar o professor na seleção do dispositivo para acesso ao computador para o aluno com paralisia cerebral.