Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Adriana de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/150461
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Resumo: |
Os mutualismos planta–animal são um tipo fundamental de interações e a manutenção da biodiversidade em nosso planeta é altamente dependente deles. Nos trópicos, a maioria das espécies de plantas tem sementes dispersas por animais que consomem frutos. A região neotropical contém a maior concentração de angiospermas com frutos carnosos e de animais que consomem frutos do mundo, mas essa região rica em biodiversidade é constantemente ameaçada por impactos causados pela humanidade. Eu conduzi uma revisão em escala continental sobre a disponibilidade de dados em interação entre plantas frutíferas e animais consumidores de frutos na região neotropical. O objetivo deste estudo foi identificar as lacunas que ainda existem no conhecimento deste tipo de interação e usar estes dados para conduzir meta-análises a partir de uma perspectiva de redes. O principal propósito era verificar se o uso de análises de redes podia ser aplicado como uma ferramenta para auxiliar o desenvolvimento de planos de restauração ecológica. Eu constatei que as interações entre plantas e frugívoros na região neotropical são ainda sub amostradas tanto em termos da distribuição espacial dos estudos quanto em termos da diversidade de espécies de aves e mamíferos investigada. Eu então combinei dados de uma série de estudos que registraram o consumo por aves e mamíferos para construir 17 redes de interação. Essas redes se mostraram altamente estruturadas exibindo organização aninhada e modular e na maioria dos casos desviando significativamente da estrutura esperada em redes aleatórias. Ainda, para entender a importância de frutos e como os seus traços influenciam na dieta de dois mamíferos dispersores de sementes e usando três comunidades-foco neotropicais como estudos de caso, eu encontrei que macacos-prego (gêneros Cebus e Sapajus) e quatis (gênero Nasua), apesar de apresentarem estratégias tróficas gerais semelhantes, exibiram uma baixa similaridade na composição de espécies de frutos em suas dietas. Em suas dietas, eles também não apresentaram nenhuma preferência por características de frutos específicas. Macacos prego e quatis parecem, então, desempenhar papéis complementares como dispersores de sementes nessas comunidades. Isto é especialmente importante em áreas perturbadas, aonde grandes mamíferos já não ocorrem mais, porque macacos-prego e quatis tendem a persistir e se adaptar a essas áreas e podem ser os responsáveis pela manutenção e restauração da floresta através de serviços de dispersão de sementes. Por último, eu usei análises de redes para identificar espécies-chave de plantas nas 17 redes de interação entre plantas e animais frugívoros. Estas espécies têm a capacidade de suportar uma série de espécies de vertebrados e de aumentar o número de interações na rede de uma maneira geral. Assim, o uso de análises de redes para interpretar interações frutos–frugívoros em comunidades neotropicais pode ser uma ferramenta bastante útil para auxiliar planos de restauração ecológica que incluem o plantio de árvores. Considerando que a provisão deste tipo de projeto é normalmente limitada, se faz necessário selecionar espécies de plantas com o maior potencial de incrementar a estrutura da comunidade. |