Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Casoni, Mariana Mansano [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191459
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Resumo: |
Ao analisar as obras O amanuense Belmiro (1937) de Cyro dos Anjos, Caminhos cruzados (1935) e Um lugar ao sol (1936) de Erico Verissimo, percebe-se um tema comum entre elas: a representação do intelectual na sociedade, bem como a função da literatura à qual ele se dedica. A discussão acerca do intelectual perdura há séculos, visto que muitos filósofos já se debruçaram nesta temática, a fim de compreender a sua função. Julien Benda, com a obra La trahison des clercs, publicada em 1927, retoma essa discussão ao dissertar a respeito da função do intelectual, além de defender que a partir do século XX os intelectuais passaram a traí-la. A questão da função do intelectual na sociedade, principalmente na literatura, pode ser observada nas obras de Cyro dos Anjos e Erico Verissimo. Assim, esta tese tem como objetivo mostrar de que maneira esta representação se configura nas obras dos autores estudados e em quais aspectos se assemelha ao intelectual defendido por Julien Benda. A Literatura Comparada e, mais especificamente, a Comparação temática possibilitam a análise das três obras brasileiras sob a perspectiva do intelectual na década de 1930, contrapondo-as àquilo que Julien Benda defende como sendo a função do intelectual; além disso, a análise dos mitos literários de Dom Quixote e de Fausto também contribui para a compreensão da construção de algumas personagens, bem como a sua tomada de consciência em relação ao intelectual. Tanto na obra de Cyro dos Anjos, quanto nas obras de Erico Verissimo são encontradas personagens que se configurariam como intelectuais: Belmiro e Silviano, Noel e Fernanda, as quais ao longo do percurso narrativo revelam suas tomadas de consciência, bem como seu posicionamento face à realidade. Cyro dos Anjos representa o intelectual muito mais aos moldes do que defende Julien Benda, suas personagens têm seu olhar voltado para a realidade, no entanto há uma predominância dos conflitos intrínsecos ao homem, enquanto nas obras de Erico Verissimo as personagens estão muito mais voltadas para os conflitos exteriores, possibilitando mudanças no percurso de suas vidas. No entanto, se em O amanuense Belmiro o narrador decide não se posicionar diante do contexto político vivido e se aprofundar nas questões de seu espírito, em Um lugar ao sol Fernanda defende a presença dos conflitos humanos na literatura e vê nela um meio de transformação. Apesar de Belmiro, Silviano, Fernanda e Noel não se assemelharem integralmente ao intelectual proposto por Benda, os romances dos autores estudados trazem aspectos que remetem a ele, principalmente ao rejeitar as paixões do espírito, sobretudo a política, tão evidenciada na década de 1930 e combatida pelo filósofo francês. |