Mastites não lactacionais na Amazônia ocidental brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Tavares, Michel de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250734
Resumo: Introdução: As mastites são causas relativamente comuns de queixas nos ambulatórios de ginecologia, sendo a doença mamária mais comum durante a gravidez e o puerpério. Dentre aquelas de origem infecciosa/inflamatória não lactacionais podemos citar as Mastites Granulomatosas Idiopáticas (MGI) e as tuberculosas. A Mastite Tuberculosa (MT) é uma manifestação rara extra-pulmonar que corresponde a menos que 0,1 % dos casos. O Brasil está entre os 30 maiores países com prevalência de tuberculose e o estado do Amazonas com uma das maiores incidências, portanto a MT é objeto de nosso estudo por não existir casuística no norte do Brasil e poucos relatos em nosso país. Material e métodos: O estudo foi de coorte transversal, observacional e descritivo com amostra de conveniência de pacientes portadoras de mastites não lactacionais atendidas na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). A população incluiu 112 pacientes do sexo feminino, sendo que 15 destas com tuberculose mamária confirmada ou presumível por exames laboratoriais, radiológicos e por quadro clínico. Foi feita análise descritiva dos dados e os mesmos foram apresentados em tabelas de distribuição de frequência. Para tal, utilizou-se o programa IBM SPSS para Mac versão 20. Resultados: Frente às mastites, o sintoma mais comum foi dor, seguido de eritema e descarga papilar. O ultrassom foi o exame de imagem mais utilizado demonstrando abscessos em 56 (50,0 %), nódulos hipoecoicos circunscritos em 39 (34,8 %), fístulas em 36 (32,1 %), espessamento cutâneo e edema em 18 (16,1 %), nódulos confluentes em 12 (10,7 %) e adenopatias axilares em 10 (8,9 %). A patologia demonstrou MGI (72; 64,3 %); MT confirmada (5; 4,5 %); MT presumível (MT-P) (10; 8,9 %); MT sem critérios (9; 8,0 %); mastite crônica inespecífica (7; 6,3 %); mastites por Micobacterioses Não Tuberculosas (MNT) (3; 2,7%); fúngicas (3; 2,7 %); Escherichia coli (1; 0,9%), S. epidermidis (1; 0,9%) e Corynebacterium spp (1; 0,9%). Discussão: As mastites não lactacionais têm variados agentes diagnósticos, incluindo o Staphylococcus aureus, o qual é uma causa comum, além da mastite tuberculosa, a qual tem difícil diagnóstico clínico e laboratorial. Os achados nos exames de imagem, como ultrassonografia e mamografia são inespecíficos. São úteis para o auxílio nas punções ou biopsias das áreas alteradas e no diagnóstico diferencial das neoplasias. As culturas e os exames histopatológicos incluindo a coloração Ziehl-Neelsen (ZN) muitas vezes não dão positividade e naquelas onde há confirmação diagnóstica pode passar algumas semanas, aumentando as queixas e a morbidade destas pacientes. Conclusão: Os resultados deste estudo permitiram mostrar a grande variedade de mastites não lactacionais na Amazônia brasileira e apresentou a maior casuística brasileira de Mastites Granulomatosas (MG). Além disso, demonstrou a possibilidade de prosseguir o tratamento das MT-P mesmo sem ter diagnóstico em definitivo por exames citológicos, por histopatologia ou baciloscopia.