Narrativas de gestores sobre a experiência no Programa Ensino Integral (PEI) do município de Presidente Prudente – SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ulloffo, Renan Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/253609
https://orcid.org/0000-0002-6865-2107
Resumo: Esta pesquisa parte da seguinte questão norteadora de estudo: como se desenvolve a experiência de ingresso e permanência da equipe de gestão escolar (diretor, Coordenador de Organização Escolar e Coordenador de Gestão Pedagógica Geral) no Programa Ensino Integral e quais as condições reguladoras para o desenvolvimento de seu trabalho? Teve como objetivo geral investigar como ocorre a experiência de trabalho e as condições (sociais e materiais) da equipe de gestão escolar que atua em escolas inseridas no Programa Ensino Integral do estado de SP. A investigação ocorreu em três escolas da rede estadual de ensino de São Paulo que aderiam ao Programa Ensino Integral no município de Presidente Prudente. Teve como colaboradores oito membros da equipe de gestão escolar (diretor, Coordenador de Organização Escolar e Coordenador de Gestão Pedagógica Geral). O delineamento metodológico está pautado na abordagem qualitativa, sob a perspectiva da pesquisa (auto)biográfica. A produção do corpus foi realizada a partir de documentos armazenados no banco de dados do Grupo de Pesquisa Formação de Professores e Práticas de Ensino na Educação Básica e Superior e do dispositivo da entrevista narrativa. A organização, tratamento, análise e interpretação do corpus foi orientada pela análise interpretativa-compreensiva. Os resultados do estudo apontam que alguns gestores não tinham pretensões em atuar na docência e suas escolhas se deram a partir das condições vividas na época; o início da carreira se deu em cidade longe de suas residências; poucos denotaram que a escolha pela licenciatura como profissão se deu pelo motivo de gostar do curso de ensino superior; a maioria teve o início na docência antes de assumirem como profissionais efetivos por meio do concurso público da rede estadual paulista. O ingresso na gestão escolar ocorreu, para alguns colaboradores da pesquisa inicialmente por meio da função professor coordenador; uma colaboradora assumiu já na função direção de escolar e dois gestores não tiveram contato com a gestão escolar antes de atuar no Programa Ensino Integral. As escolhas pela atuação na gestão escolar estiveram atreladas na busca por melhor remuneração e aos aspectos emocionais. Quanto às experiências na gestão escolar, os trios gestores avaliam como desafiadora, visto as limitações enfrentadas como um apoio pedagógico superficial dos demais profissionais já experientes; a necessidade de demonstrar um bom desempenho profissional; lidar com as próprias necessidades da função, entre outras. Os resultados ainda revelam, quanto a escolha e aos ingressos no magistério e na gestão escolar e no PEI, que existiram situações que mesmo distintas se assemelharam para os diferentes participantes, por exemplo, no que tange ao ingresso no PEI; busca de melhores condições de trabalho (remuneração); reconhecimento de uma possibilidade de um diferencial na qualidade da educação da rede; no fato de o processo de credenciamento e suas etapas de seleção ser vista pela gestão nos anos iniciais do programa como relevante para o ingresso de profissionais mais preparados para atuarem no PEI. Quanto aos aspectos divergentes que influenciaram a escolha de ingressar e permanecer no programa, os profissionais reconhecerem: o fato de possuírem um perfil para atuar na política; um exercício profissional mais focado na escola; uma escola mais organizada e com menor número de alunos e docentes; um descontentamento com a realidade antes da implantação da política; e em posturas mais comprometidas pelo fato estarem em uma única jornada de trabalho. Outros achados também foram reveladores sobre as condições de trabalho oferecidas aos gestores, a exemplo, o tempo foi considerado como essencial para as atividades desenvolvidas; a remuneração oferecida consistiu entre as motivações pela escolha para atuar e permanecer no PEI; tanto o espaço escolar, quanto os recursos oferecidos são avaliados pelas profissionais como satisfatórios para a atuação profissional, todavia, há uma falta e insuficiência de formação continuada para a gestão escolar; baixos recursos financeiros para manter a infraestrutura e propostas pedagógicas; alterações frequente no quadro docente, atrelado ao modelo de avaliação. Ademais, esses últimos foram considerados pontos frágeis e durante a pandemia Covid -19, se exteriorizaram e se demonstram mais latentes sobre as condições de trabalho. Todavia, mesmo diante de alterações sofridas pela proposta do programa desde a sua criação a permanência destes gestores está relacionada as questões de trabalho, ou seja, a remuneração, infraestrutura e ambientes melhores de trabalho do que as demais escolas que não tem o programa implantado. Além disso, aspectos curriculares que impactam no trabalho pedagógico se apresentaram pela ótica dos gestores como positivas para a prática profissional e mais atrativas que as realidades vividas em escolas estaduais da rede regular.