As relações internacionais brasileiras: o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o caso da Bolívia (2003-2010)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souto, Vanda Maria Martins [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157190
Resumo: A presente tese pretende discutir a política externa brasileira dos governos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010), com ênfase na relação entre o Brasil e a Bolívia. A partir do dado de que a Bolívia é um país de economia dependente e possui uma massa de trabalhadores desempregados, levanta-se a seguinte questão: haveria na relação entre os dois países uma espécie de subimperialismo manifestado a partir da transnacionalização de empresas brasileiras, tendo como um de seus mecanismos um processo de dependência e superexploração do trabalho na Bolívia? Trata-se de uma pesquisa histórico-concreta que se articula, teórica e metodologicamente, com uma literatura construída a partir do complexo categorial do que o campo das Ciências Sociais reconhece como “materialismo históricodialético”. O estudo resulta da análise dos documentos do Arquivo Histórico do Itamaraty, do Ministério das Relações Exteriores, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e da Petrobras. Tem como objetivo mensurar os embates da política externa brasileira com base nas obras executadas pelas multinacionais com financiamento do BNDES, além de debater o papel da Petrobras diante da nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia. Apresenta-se, aqui, o resultado da pesquisa, relacionando-o com as leituras da teoria de Ruy Mauro Marini, e sustenta-se a tese de que o subimperialismo tem sua origem nas leis próprias da economia dependente, cujos fundamentos são a superexploração do trabalho e a transferência de valor. A partir do estudo da política externa brasileira, o trabalho em tela lança luzes sobre a caracterização da política externa brasileira em relação a Bolívia, o que poderá servir de parâmetro para uma crítica atual do capitalismo na América do Sul. Desse modo, foram mensuradas as variantes da relação bilateral e analisados os contextos mais gerais de cada um dos países, percebendo que a história é sempre forjada em lutas, conflitos e disputas de interesse. Ao fim e ao cabo, a relação estudada foi determinada por uma dialética entre as correlações de forças internas das nações em questão. De fato o que se pode mensurar foi à expansão do capital monopolista imperialista no continente latino-americano, incluindo setores da burguesia brasileira. Pode-se dizer, portanto, que a correlação de forças internas de cada país configurou um cenário em que, embora com todos os elementos apontando para tal, não se pode falar de subimperialismo do Brasil com relação à Bolívia entre 2003 e 2010, mas que a política externa brasileira, voltada para a integração regional econômica, foi adequada para a expansão do capital imperialista.