Corpo estranho em árvore traqueobrônquica: Análise clínica e radiológica de todos os casos em quarenta e cinco anos de história.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Furlan, Isadora Rubira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243275
Resumo: INTRODUÇÃO: A aspiração de corpo estranho (CE) é um problema de saúde que acomete todo o mundo. Agudamente leva ao risco de asfixia, e cronicamente pode levar a lesões irreversíveis nos pulmões. OBJETIVOS: Analisar os casos de aspiração de CE nos últimos 45 anos, atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - HCFMB, demonstrando sua apresentação clínica, características radiológicas, método de extração, complicações e necessidade de intervenção cirúrgica. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e documental de pacientes diagnosticados com aspiração de corpo estranho através da análise de fichas catalogadas em arquivo do acervo da disciplina de Cirurgia Torácica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, no período de 1976 a 2021. RESULTADOS: Foram atendidos no serviço de cirurgia torácica 227 pacientes suspeitos ou vítima de aspiração de corpo estranho, sendo todos catalogados no acervo da disciplina de Cirurgia Torácica da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. A mediana da idade foi de 3 anos, com primeiro quartil de 1 ano e terceiro quartil de 10 anos. A história foi compatível com aspiração de CE em 82% dos casos e 18% não apresentavam história que pudesse levar a suspeita. Noventa e dois por cento foram submetidos à broncoscopia rígida, 3,5% submetidos a broncoscopia flexível, 1,3% a laringoscopias diretas e 3,2% eliminaram o CE expontaneamente. A sensibilidade dos achados clínicos foi de 97%, especificidade de 5%, com acurácia de 79%. Dos achados radiológicos, sensibilidade 99%, especificidade de 17,5%, acurácia de 84,5%. Dez paciente necessitaram de cirurgia (4,4%) e 79 desenvolveram complicações (34,8%). CONCLUSÃO: Toda suspeita de CE deve ser investigada mesmo com exame negativo. Muitos CE permanecem na arvore brônquica o tempo suficiente para que ocorram complicações graves, podendo culminar com destruição pulmonar. A maioria dos CE são radiotransparentes e constituídos na sua maior parte por grãos ou sementes. A maioria dos CE são retirados por endoscopia. Poucos são os casos que necessitam de cirurgia devido a complicações pela permanência prolongada do CE ou pela dificuldade na sua retirada. A retirada do CE deve ser indicada o mais cedo possível para evitar as complicações.