Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Luan Sousa dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/180968
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Resumo: |
A criação de suínos em países em desenvolvimento, localizados em regiões de clima tropical predominantemente quente com investimento reduzido em infraestrutura, expõem os animais a condições de estresse por calor. Por sua vez, o estresse por calor gera perdas significativas na produção animal, principalmente para suínos, devido à sua capacidade limitada de dissipar calor. Além disso, as disseminações de vetores de doenças devido à alta temperatura também aumentam os desafios na suinocultura. O investimento para climatização completa de uma instalação pode acarretar no aumento do custo de produção e preços menos competitivos para o suinocultor. Nesse sentido, a escolha de uma genética adequada atreladas a um bom plano nutricional torna-se indispensável na suinocultura mundial. Dessa forma, com essa tese objetivou-se avaliar os efeitos do estresse por calor primeiramente em diferentes genéticas. Após definir-se a genética mais sensível ao estresse por calor, foi realizado um segundo estudo utilizando duas técnicas de nutrição (convencional e de precisão) para avaliação das respostas de desempenho e composição corporal dos animais. No primeiro estudo o objetivo foi avaliar a robustez no desempenho e composição corporal de progênies provenientes de duas genéticas pai (G) comumente utilizadas mundialmente (AGPIC 327: Hampshire puro e AGPIC 337: linhagem sintética) submetidos ao estresse por calor (33ºC). Um total de 24 suínos machos castrados (peso inicial de 32,0 ± 2,0 kg) foram alojados em baias individuais e então submetidos a um dos dois ambientes (AT), sendo eles termoneutro a 22ºC (TN) e alta temperatura a 33ºC (HT). O consumo de ração e ganho de peso foram avaliados semanalmente durante todo período experimental (55 dias). A composição corporal foi avaliada durante os dias 27 e 55 do experimento por meio de um equipamento de densitometria óssea de raio-X duplo. Durante os dias 0 e após cada avaliação de composição corporal, a gordura de cobertura e a profundidade de músculo também foram mensuradas por meio de um equipamento de ultrassonografia. Como esperado, animais submetidos ao estresse por calor reduziram o consumo de ração (35%; P < 0,01) em relação aos animais em ambiente termoneutro durante ambas fases experimentais (0-27 e 28-55 dias). Ainda em ambiente de estresse por calor, animais de linhagem sintética reduziram o consumo de ração em 50%, enquanto em animais Hampshire, essa redução foi de aproximadamente 24% (P < 0,05 para a interação G × AT). Nos dias 27 e 55, o peso corporal, teor de lipídios, fósforo e conteúdo mineral ósseo reduziram (P < 0,05) em animais submetidos ao estresse por calor quando comparados com animais em ambiente termoneutro. Nesses mesmos dias, sob estresse por calor a gordura de cobertura foi 26% menor em animais sintéticos quando comparados com Hampshire (P < 0,10 para a interação G × AT). Temperaturas elevadas influenciaram ambas as genéticas avaliadas. Nesse primeiro estudo pode-se concluir que potenciais interações entre linhas comerciais e ambiente podem influenciar o desempenho e a composição de carcaça de suínos em estresse por calor de maneira inversa ao esperado em condições termoneutras. No segundo estudo objetivou-se avaliar as respostas dos suínos submetidos a sistemas de nutrição de precisão individual diária (IPF) e convencional de alimentação por fases (CON) em termos de desempenho, balanço de nutrientes, parâmetros séricos e padrões de refeição de animais criados em condições termoneutras (TN: 23 °C) e condições de estresse térmico (HT: 30 °C). Os animais em cada tratamento foram distribuídos nos tratamentos experimentais de acordo com os pesos iniciais (12 animais por tratamento com 41,0 ± 4,87 kg de peso corporal). O experimento durou 55 dias (fase I – 0 ao 27º dia e fase II – 28º ao 55º dia). Os suínos no grupo CON receberam em cada fase uma mistura constante de dietas com alta e baixa densidade de nutrientes suprindo as exigências nutricionais estimadas do grupo, enquanto os animais IPF receberam diariamente uma mistura personalizada fornecendo a quantidade estimada de nutrientes. O conteúdo mineral ósseo, massa magra e gorda foram avaliados por meio de absorciometria de raio-X duplo no início e final de cada fase. Os dados foram analisados incluindo os seguintes efeitos fixos: sistema de alimentação (FS), temperatura ambiente (AT) e suas interações. Os suínos sob HT apresentaram redução (P < 0,01) no consumo diário de ração em 28%, no ganho diário de peso em 25%, no ganho de proteína em 14% e o ganho de lipídio em 14% em comparação aos animais sob TN. Em relação ao tratamento CON, animais IPF reduziram (P < 0,05) a ingestão de lisina (19%), proteína (16%) e P (14%) sem prejudicar (P > 0,05) a composição corporal. A excreção de nitrogênio foi 24% menor (P < 0,05) nos animais do grupo IPF, quando comparada com os suínos CON, com a mesma eficiência de retenção de nitrogênio durante todo o período. O tempo de alimentação, a taxa de consumo de ração e o consumo de ração por refeição foram 15% menores (P < 0,05) em suínos criados sob HT do que sob condições TN. Os níveis de haptoglobina foram afetados pela AT, mostrando um aumento de 70% e 43% na HT aos 28 dias e 55 dias do experimento, respectivamente. Os suínos criados sob condições de HT apresentaram concentração de albumina sérica 10% menor (P < 0,05) aos 55 dias do que aqueles em condições TN. Para as concentrações séricas de ureia, animais no sistema IPF apresentaram níveis 28% menores (P < 0,01) do que os suínos CON. Embora as condições de HT tenham reduzido consideravelmente o crescimento dos animais e ativado suas respostas inflamatórias, foi demonstrado que o sistema IPF é uma excelente ferramenta para alcançar a adequada utilização de nutrientes tanto em condições HT como em TN, sem comprometer a composição corporal dos animais. |