Efeitos de quatro semanas de “viver alto e treinar baixo” seguido de um período de polimento sobre as adaptações aeróbias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bertucci, Danilo Rodrigues [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213627
Resumo: A exposição a elevadas altitudes somada ao treinamento em baixas altitudes ou ao nível do mar tem sido utilizada para melhora da performance aeróbia e/ou melhora de algum parâmetro fisiológico. Denominado como “viver alto e treinar baixo” (VATB) os atletas permanecem períodos em hipóxia, enquanto treinam em normóxia. No entanto, ainda existem controvérsias sobre as possíveis adaptações ocorrerem em função do modelo VATB ou apenas do treinamento. Interessantemente estudos tem demonstrado que as melhoras no desempenho ocorrem entre uma a três semanas após o VATB, sugerindo a existência de fadiga residual proveniente da exposição a hipóxia, e com pouca investigação sobre a influência do polimento. Partindo do pressuposto, o objetivo do presente trabalho foi verificar os efeitos do VATB seguido de um período de polimento nos índices relativos à aptidão aeróbia muscular, e em uma segunda fase, investigar os efeitos do setup experimental nas adaptações moleculares referentes ao desempenho aeróbio. O estudo foi “controlado por placebo e randomizado”, 14 homens adultos (28,1 ± 6,6 anos) foram divididos em grupo VATB (n = 9) e grupo placebo (n = 5). O exercício foi realizado utilizando a extensão dinâmica unilateral de joelho, desse modo 4 grupos foram formados, VATB perna treinada (PTH) e perna controle (PCH) e placebo perna treinada (PTN) e perna controle (PCN). Durante o VATB, foi requisitado aos participantes que permanecessem nas tendas pelo tempo que fosse possível, ao menos 10 horas por dia. O VATB respirou o ar com uma fração de oxigênio de aproximadamente 14,0%, enquanto o Placebo respirou ar ambiente fração de oxigênio 20,2%. Após as 4 semanas de VATB, foi realizado uma semana de polimento, mas sem que os participantes permanecessem nas tendas. As avaliações foram realizadas em três momentos, na linha de base (M1), após o VATB (M2) e após o polimento (M3). Em cada momento de avaliação, foram realizados testes incrementais e testes submáximos em ambas as pernas e biópsias de tecido muscular. O treinamento, foi baseado em sessões intervaladas de alta intensidade, as intensidades do treinamento foram ajustadas para cada participante por meio dos testes incrementais. No polimento houve redução drástica no volume das sessões, mas com a manutenção dos estímulos de intensidade. Para análise estatísticas, os dados hematológicos atenderam os pressupostos para testes paramétricos, então, foi aplicada uma ANOVA two way. O restante dos dados, não cumpriram com os pressupostos paramétricos (normalidade, esfericidade e outlier), foram utilizados os testes não paramétricos equivalentes, o teste de Friedman com o pós-hoc de Dunn’s para comparações múltiplas. Ainda, foram utilizados os testes de Wilcoxon signed-rank test e quando necessário o de Whitney U test. Os valores ausentes foram substituídos pelo método de maximização, porém essa estratégia foi aplicada em menos de 10% de todo o banco de dados. Também foi utilizada a abordagem bayesiana para se averiguar as probabilidades. O nível de significância adotado foi de p ≤ 0.05, os testes foram realizados nos softwares SPSS versão 20.0 (Somers, NY, USA) software e Graph Pad Prism versão 7. Os valores da saturação periférica de oxigênio, foi menor (p < 0,05) durante todo o período do VATB em relação ao Placebo, Não houve diferenças (p > 0,05) na quantidade de horas acumuladas nas tendas durante o experimento em ambos os grupos VATB 201,5 (12,6) horas e placebo, 200,80 (39,5). As concentrações de EPO, aumentaram (p < 0,05) no VATB nos momentos, 15 dias após a linha de base (M1+15) e M2 em relação ao M1 e em relação ao Placebo, que não houve nenhuma alteração. Também não foram encontradas alterações estatísticas relacionadas as variáveis do sistema de equilíbrio ácido – base. O peso corporal dos participantes do VATB diminui no M2 e se manteve menor no M3 em relação ao M1 (~4%, p = 0,001, ~2%, p = 0,014) sem alterações no placebo. No PTH, os valores de "V" ̇O2pico relativos ao peso estimado da coxa foram superiores (p < 0,05) no M2, valores de i"V" ̇O2pico foram superiores no M2 e M3 (p < 0,05) e VEpico também foi superior no M2 em relação ao M1. Os valores de limiar ventilatório 2, foi superior no M2 e manteve no M3 em relação ao M1. Esse grupo também apresentou melhor eficiência metabólica ("V" ̇O2 para uma mesma carga) no M2 em relação ao M1. No PCH, os valores de "V" ̇O2pico, i"V" ̇O2pico e limiares metabólicos não sofreram alterações. No entanto, a eficiência metabólica ("V" ̇O2 para uma mesma carga) melhorou (p < 0,05) no M2 e M3 em relação ao M1. Com relação ao grupo placebo, no PTN, não houve diferenças nos valores de "V" ̇O2pico e eficiência metabólica, no entanto, na i"V" ̇O2pico, e limiar ventilatório 2 os valores em M3 foram superiores (p <0,05) em relação ao M1. No PCN, os valores de "V" ̇O2pico, limiares metabólicos e eficiência metabólica não se alteraram durante o experimento. A estratégia VATB não potencializou o processo de super compesação das concentrações de glicogênio muscular, no entanto, após o período de polimento o grupo que P_TH obteve maiores valores do que o treinado em normóxia. Dessa forma, nessa primeira etapa do estudo, podemos concluir que a estratégia VATB seguido em um período de polimento pode gerar mais benefícios que apenas o treinamento seguido do polimento.