Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Simon, Carolina Russo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/253606
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Resumo: |
A presente tese propõe uma abordagem abrangente do fenômeno do feminicídio, explorando sua relação intrínseca com a violência de gênero, especialmente no Oeste do Estado de São Paulo, Brasil. Inicialmente, a pesquisa concentrou-se na implementação e consolidação da Casa Abrigo do Oeste Paulista, considerada o cerne da investigação, mas que se revelou um ponto de partida crucial para a compreensão do feminicídio como fenômeno geográfico. O desenvolvimento da pesquisa enfrentou o desafio de compreender o feminicídio não apenas como fenômeno jurídico, mas também como fenômeno político e geográfico com impactos na saúde. Isso implicou a coleta e análise de dados, bem como a necessidade de contextualizar o fenômeno na formação socioespacial do Brasil. Ao longo da pesquisa, a autora reconheceu a importância de escutar as mulheres que sobreviveram ao feminicídio, ouvindo seus testemunhos de sobrevivência, especialmente no contexto da violência doméstica. As histórias dessas mulheres desempenharam um papel fundamental na compreensão da dor diante da violência de gênero. A hipótese central da tese argumenta que o feminicídio é um fenômeno geográfico silêncioso crucial para a compreensão mais profunda da violência de gênero. Nesse contexto, a autora destaca a relevância das Casas Abrigo, das Delegacias Especializadas e das Casas da Mulher Brasileira como medidas emergenciais para a proteção das mulheres em situação de violência doméstica no Brasil. A pesquisa é estruturada em sete capítulos, abrangendo desde a pesquisa qualitativa até a análise das políticas públicas e estratégias de prevenção. Cada capítulo oferece uma perspectiva única, desde a transformação da autora em uma "escutadeira feminista" até a análise da distribuição espacial do feminicídio e dos equipamentos especializados de prevenção, utilizando ferramentas como a cartografia feminista. Assim, foi possível detalhar os componentes fundamentais que envolvem o raciocínio geográfico feminista, como a posicionalidade, a dororidade e a interseccionalidade situada. Essa abordagem permitiu uma análise holística e profunda das causas e consequências da violência de gênero, considerando o espaço geográfico como um elemento fundamental para a compreensão do fenômeno. A pesquisa destaca a complexidade das questões relacionadas à violência de gênero, indo além das agressões físicas óbvias, abordando a violência imperceptível, a violência estrutural e a resistência às condições de desigualdade. O raciocínio geográfico feminista é defendido como uma ferramenta crucial na identificação e análise de estratégias de prevenção do feminicídio e, assim, na continuidade da Casa Abrigo. Essa abordagem permite a adaptação das ações às especificidades locais, reconhecendo que o feminicídio não é apenas um problema generalizado, mas profundamente enraizado em contextos geográficos específicos. A conclusão da tese destaca a necessidade de uma abordagem integrada e em rede no combate ao feminicídio no Brasil. Enfatiza a importância das histórias das mulheres como fundamentais para a compreensão do contexto geográfico, reforçando o compromisso contínuo com a pesquisa, educação e a desobediência epistemológica para transformar estruturas que perpetuam a desigualdade e a violência. O feminicídio é apresentado como um fenômeno geográfico essencial para entender a violência de gênero, impulsionando ações abrangentes em prol da igualdade de gênero e da proteção das vítimas. |