Análise da variabilidade cariotípica e do comportamento dos cromossomos na meiose de escorpiões do subgênero Tityus (Archaeotityus) (Buthidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mattos, Viviane Fagundes de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151132
Resumo: O subgênero Tityus (Archaeotityus) compreende escorpiões sedentários que vivem na serapilheira. Neste trabalho, seis espécies brasileiras de Archaeotityus (Tityus clathratus, Tityus maranhensis, Tityus mattogrossensis, Tityus paraguayensis, Tityus pusillus e Tityus silvestris) foram caracterizadas quanto ao número diploide e haploide, comportamento dos cromossomos durante a meiose, localização das regiões organizadoras nucleolares (NORs), sequências de DNA repetitivo, tais como de heterocromatina constitutiva, rDNA 28S e telomérica (TTAGG)n e marcadores epigenéticos (H3K9ac, H4K5ac, H3S10f, H3K4m2, H3K9m2, H3K9m3). Todas as espécies analisadas apresentaram cromossomos holocêntricos, meiose sináptica e aquiasmática e presença de cadeias cromossômicas na meiose I. Variação intraespecífica de número diploide e a presença de associações multivalentes formadas por um número variável de elementos foi visualizado dentro e entre as populações das cinco espécies. Metáfases espermatogoniais mostram: 2n=16, 2n=17 e 2n=18 em T. paraguayensis; 2n=16 e 2n=24 em T. silvestris; 2n=20 em T. maranhensis; 2n=19 e 2n=20 em T. clathratus, T. mattogrossensis e T. pusillus. Núcleos pós-paquitênicos revelaram uma alta variabilidade no número de bivalentes e/ou elementos envolvidos em associações multivalentes, dando destaque para T. clathratus, o qual mostrou 11 configurações meióticas distintas, e T. pusillus que exibiu células poliploides. Metáfases II indicaram que todos os cromossomos possuem disjunção regular e segregação balanceada. Metáfases mitóticas submetidas à impregnação por íon prata exibiram regiões organizadoras nucleolares localizadas na região terminal/subterminal de um par de cromossomos em todas as espécies. A heterocromatina constitutiva foi localizada na região terminal de um par de cromossomos. O emprego da técnica de FISH com sonda de rDNA 28S em células meióticas revelou cístrons ribossomais na região terminal de um bivalente em T. clathratus, T. maranhensis, T. mattogrossensis, T. paraguayensis e T. pusillus e em dois cromossomos envolvidos em uma associação multivalente em T. silvestris. Cromossomos submetidos à FISH com sonda (TTAGG)n exibiram sinais teloméricos típicos na maioria dos elementos e/ou pelo menos uma extremidade cromossômica. Levando-se em conta todos os dados obtidos com a investigação de células mitóticas e meióticas, foi possível determinar a variabilidade intraespecífica e intrapopulacional de número diploide das espécies pertencentes à Archaeotityus, a qual ocorreu como consequência de rearranjos cromossômicos do tipo fissão/fusão e translocação recíproca. Desta forma, indivíduos que apresentaram mesmo número diploide diferiram quanto à organização dos cromossomos nas associações multivalentes. As seis populações amostradas de T. mattogrossensis revelaram características cromossômicas semelhantes, mas mostraram diferenças quanto aos cromossomos envolvidos na associação quadrivalente, o que pode ser indício do baixo fluxo gênico entre as populações. Em escorpiões, o estudo de modificações epigenéticas nas histonas H4K5ac, H3K9ac, H3K9me2, H3K9me3 e H3S10f está sendo realizado pela primeira vez neste trabalho. Os resultados revelaram que todos os cromossomos aparecem igualmente fosforilados durante as fases da meiose e que a extremidade dos cromossomos é hipertrimelitada. Esta última modificação parece estar relacionada à segregação dos cromossomos na meiose, os quais apesar de serem holocêntricos, possuem atividade cinética apenas nas regiões terminais dos cromossomos.