Hermenêutica do acesso desigual: um estudo sobre a interação de internautas com deficiência visual com o ciberjornalismo de viagens sob a perspectiva da cidadania

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferreira, Matheus
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202299
Resumo: Este estudo analisa o acesso de pessoas cegas e com baixa visão ao ciberjornalismo de viagens sob a perspectiva da cidadania. Pessoas com deficiência visual requerem participar da sociedade por meio do acesso às mídias digitais (ELLIS; KENT, 2010), inclusive às relativas a viagens, as quais são mediadas por barreiras tecnológicas. Essa pesquisa interpreta a produção de sentidos decorrente desse acesso e seus possíveis impactos à participação social do grupo. Como metodologia, aplicou-se a Hermenêutica de Profundidade (THOMPSOM, 2011), que tem três etapas: análise sócio-histórica, análise estrutural e reinterpretação. Na primeira etapa, por meio de pesquisa documental, revisão de literatura e um estágio de pesquisa no exterior, contextualizou-se as relações de poder na recepção e na produção do ciberjornalismo de viagens. Na segunda fase, usando 19 entrevistas semiestruturadas com pessoas com deficiência visual, mapeou-se a dieta informativa de viagens dos receptores e identificou-se a materialidade das formas com as quais eles interagem (ELLCESSOR, 2016). Na última etapa, com base nas análises anteriores, refletiu-se sobre os sentidos de opressão produzidos na interação e sobre os impactos à cidadania do grupo (JAMBEIRO, 2017). Observou-se um contexto desfavorável à acessibilidade digital, marcado pela letargia das empresas de jornalismo e do Estado frente ao direito informativo dos receptores. Apesar das formas inacessíveis, que incluem imagens sem descrição, links sem propósito e conteúdo desorganizado, pessoas com deficiência visual acessam o ciberjornalismo de viagens em busca de informação e entretenimento. Essa interação, porém, produz sentidos que afetam a cidadania do grupo por diminuir a qualidade de acesso, suas possibilidades informativas e sua motilidade, evidenciando uma situação de assimetria de poder na Sociedade em Rede (CASTELLS, 2015).