Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sartori, Guilherme Rocha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/252919
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Resumo: |
Neste trabalho, exploramos as páginas do jornal O Baurú, publicado entre 1906 e 1915, com o propósito de compreender a formação histórica do município de Bauru (SP) e as mudanças na sociedade local. Os periódicos da época retratavam aspectos do cotidiano e difundiam valores e práticas sociais para o conjunto da população. Ao mesmo tempo, aproximavam as cidades formadas nas “frentes pioneiras” das questões que norteavam o debate público nacional sobre a agenda republicana. Além disso, justificavam e orientavam intervenções no espaço público, atribuindo sentido de pertencimento para diferentes grupos sociais em uma sociedade em constante transformação. Desse modo, os jornais atuavam como um complexo jogo de espelhos, que era tanto produtor quanto produto da realidade histórica. As páginas dos jornais, que desempenhavam um papel central na difusão de discursos e representações, constituíam elementos da própria modernidade experimentada em Bauru. Uma sociedade que almejava a modernidade encontrou nos jornais um meio de divulgar seus projetos e aspirações. No plano de desenvolvimento econômico e da cultura material na cidade de Bauru, a Ferrovia Noroeste do Brasil e sua associação com as ferrovias Sorocabana e a Companhia Paulista orientaram o desenvolvimento urbano do município. Mesmo organizadas em torno de um discurso supostamente homogêneo, as ferrovias, como representantes do progresso e da modernidade no interior paulista, produziram formas de exclusão social e de segmentação do espaço urbano da cidade de Bauru. Assim, as formas de violência e exclusão da população pobre de Bauru dos benefícios do desenvolvimento material e das potencialidades urbanas não foram residuais ou falhas de implementação do projeto de modernização do município, mas, sobretudo, parte intrínseca e constituinte desse processo sócio-histórico mais amplo vivenciado nas “frentes pioneiras”. |