Meu filho tem câncer: convivendo, cuidando e superando os efeitos indesejáveis da quimioterapia segundo o Modelo de Betty Neuman

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Rafaela Sterza da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181748
Resumo: Este estudo teve por objetivo compreender as experiências de pais e mães de crianças em tratamento quimioterápico ambulatorial. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, realizado com pais e mães de crianças em tratamento quimioterápico ambulatorial de um hospital oncológico do interior do Estado do Paraná. Participaram desse estudo quatorze pais e mães, e os dados foram coletados por meio de grupo focal no período de janeiro a fevereiro de 2018 após a aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Usou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin como método de análise dos dados e o Modelo de Sistemas de Betty Neuman para discuti-los. Dos resultados, emergiram dois artigos científicos, um que aborda a experiência parental frente ao diagnóstico do câncer infantil e o segundo que discorre sobre a vivência de pais e mães de crianças em quimioterapia ambulatorial frente ao cuidado domiciliar. Conclui-se que, o processo do diagnóstico do câncer infantil é permeado por intenso sofrimento para os pais que se inicia com a peregrinação pelos serviços de saúde em busca da resolutividade de seu problema. Após o diagnóstico definitivo, os pais reagiram negativamente por meio de sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e luto antecipado, revelando um abalo psíquico diante da notícia. Com a confirmação da doença, surgiram os estigmas de morte e o preconceito da sociedade devido a errônea concepção de contágio, que repercutiu em exclusão social para os pais. A instituição da terapêutica antineoplásica ambulatorial resulta em mudanças no estilo de vida da família, com esforço dos pais para contemplar as demandas em relação ao cuidado do filho, mesmo com as privações impostas pelo tratamento e as orientações da equipe especializada. A convivência com o tratamento do filho envolveu, mais uma vez, sofrimento para os pais, ao presenciarem manifestações clínicas e emocionais do filho, emergindo frustração, culpa, fracasso, revolta, insegurança e medo da recidiva da doença e morte. No decorrer do tratamento, embora trajeto difícil para os pais, mostrando-se como houve expressão da gênese da autonomia dos mesmos, seja pela luta e coragem do filho, da espiritualidade e da solidariedade de outros pais. Essa autonomia contribui para o melhor enfrentamento e superação da situação vivenciada.