A influência da abreviação do jejum pré-operatório na sensação de sede e na resistência insulínica de pacientes com fratura de fêmur proximal.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vulcano, Daniela Salate Biagioni [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202673
Resumo: Introdução: A fratura de fêmur proximal (FFP) em idosos é um problema de saúde pública. Associa-se à elevada morbimortalidade, queda na qualidade de vida e aumento dos custos. Do ponto de vista fisiopatológico o jejum prolongado associado ao trauma favorece a resistência insulínica e o catabolismo muscular. Adicionalmente, ficar em jejum pode causar sensação de sede, fome aumentando a ansiedade e o estresse pré-operatório. Objetivo: Avaliar se a abreviação do jejum pré-operatório com solução de carboidratos e proteína reduz resistência insulínica e sede momento da cirurgia e se há influência na expressão de proteínas do metabolismo energético do músculo esquelético afetado. Materiais e Métodos: Os pacientes com fratura de fêmur foram divididos em Grupo Controle (CC) com protocolo de jejum mínimo de 8h e grupo intervenção (GS) que recebeu solução com 12,5% de maltodextrina e 10g de proteína 8hs e 3hs antes da cirurgia. Os grupos foram avaliados pela mini avaliação nutricional, força de preensão manual, antropometria e bioimpedância unifrequencial antes da cirurgia. Posteriormente foram realizados dosagem de insulina, glicose, cálculo do índice de HOMA, cortisol, albumina e coletada amostra do músculo vasto da coxa para análise da expressão de proteína do metabolismo energético. Para as análises foram utilizados os testes de Qui-quadrado (para as variáveis categóricas) e t-student (para as variáveis contínuas). Para os ajustes utilizou-se a análise de covariância (ANCOVA) para distribuição normal e o General Linear Model (GLM) com distribuição gama para os dados não normais. O nível de significância aceito foi de 5%. Resultados: Foram avaliados 16 pacientes com FFP, divididos em 2 grupos (GC e GS). População prioritariamente feminina, idosa, desnutrida e sarcopênica. O grupo suplementado apresentou menor tempo de jejum e menor sensação de sede (p<0,001), após ajuste para sexo e idade houve diferença entre os grupos na expressão da silente information regulation (SIRT1) e peroxisome proliferator-activated receptor gamma coativator 1 alpha (PPARα). Para o Índice de HOMA após ajuste para idade e interação entre sexo e suplementação os homens suplementados apresentaram menor valor de HOMA. Discussão: A literatura atual sobre abreviação de jejum em pacientes com FFP ainda é escassa, ainda mais tratando-se da abreviação com carboidrato e proteína. No entanto a abreviação é considerada segura. A redução da sensação de sede se torna de extrema importância nos pacientes cirúrgicos em especial no subgrupo de idosos. A possiblidade da redução da resistência insulínica colabora para a redução do catabolismo e predomínio das vias anabólicas e o aumento da expressão gênica da SIRT1 e PPARα no grupo suplementado colabora para a biogênese mitocondrial no músculo esquelético. Conclusão: A abreviação do jejum com solução de carboidrato e proteína se mostrou segura, reproduzível e benéfica para os pacientes com FFP, proporcionando melhora na sensação de sede, redução do índice de HOMA em homens e aumento da expressão de proteínas que influenciam positivamente o metabolismo energético do músculo esquelético.