Metalinguagem: o sopro de vida em Um sopro de vida de Clarice Lispector

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Faria, Robson Ricardo Dal Santo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143848
Resumo: Partindo de um estudo dos elementos estruturais e fabulares que compõem o texto Um sopro de vida (LISPECTOR, 1980), esta pesquisa busca entender qual a função da metalinguagem na construção do livro e a sua relação com os outros elementos que o compõem. Tal investigação surge da identificação do desenvolvimento, em Um sopro de vida, de temas constantes na obra da autora, já apontados anteriormente por Benedito Nunes em O drama da linguagem (NUNES, 1995) e por Arnaldo Franco Júnior em Mau gosto e kitch em Clarice Lispector e Dalton Trevisan (FRANCO JR, 2000). Em Um sopro de vida, este último texto de Clarice, esses temas se instituem como um testamento artístico e são problematizados e conduzidos a extremos pela instauração de impasses, que se apresentam por meio da elaboração da estrutura textual (espaço, tempo, personagens, narrador) e fabular (enredo, linguagem), estabelecendo uma tensão que se estende ao longo do livro e o conduz a uma quase “auto implosão”, um desmoronamento concêntrico-textual, mas não realizado plenamente. Há um movimento interno da linguagem que impede a “falência” do texto, iconizando seu conteúdo e dando a Um sopro de vida sustentação, fazendo do texto ainda um texto literário, sendo o seu “sopro de vida”. Dentro desse panorama, as perguntas que se apresentam são: a metalinguagem, em sua relação com a linguagem poética e com outros elementos textuais, contribui para o encaminhamento do texto a um processo de autodestruição textual ou para impedir que esta se dê plenamente? Este aspecto pôde ser verificado também anteriormente, durante o trabalho de mestrado (FARIA, 2007), no livro A hora da estrela (LISPECTOR, 1999), e seu estudo será aqui aproveitado não com a intenção de se construir uma leitura comparativa entre as duas obras, mas de auxiliar na construção desta outra análise.