Efeitos de uma mistura ambientalmente relevante de ftalatos sobre células prostáticas humanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cavalca, Alexandre Matheus Baesso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217585
Resumo: Os ftalatos representam um grupo de substâncias utilizadas na indústria que possuem atividade antiandrogênica e são encontrados em diferentes concentrações na urina e no plasma humano. Mais de 8 milhões de toneladas de ftalatos são usadas a cada ano, predominantemente como plastificantes em produtos de cloreto de polivinila (PVC), sendo amplamente utilizados em produtos de consumo diário e descartados, de forma inadequada, no meio ambiente. Ainda, estudos in vivo realizados em nosso laboratório, demonstraram que uma mistura de ftalatos, equivalente a usada neste estudo, desregulou a expressão de genes e miRNAs associados ao desenvolvimento e à vias carcinogênicas prostáticas. Dessa forma, este estudo teve como objetivo principal mimetizar as condições da exposição in vivo, com o intuito de estabelecer um modelo in vitro para avaliação das vias relacionadas à sobrevivência, proliferação e morte celular e biossíntese de miRNAs, utilizando células epiteliais prostáticas normais e tumorais expostas a uma mistura de monoésteres de ftalato, ambientalmente relevante, em proporções semelhantes às encontradas em humanos. As linhagens de células epiteliais prostáticas tumorais (LNCaP) e normais (PNT-2) foram expostas por 24h e 72h à mistura de ftalatos. A proporção dos monoésteres na mistura foi calculada com base na concentração média de ftalatos encontradas na urina e sangue humanos. A dose de exposição (1000μmol/L) foi escolhida com base nos ensaios de viabilidade (IC50) e do MTT, balizada pelas doses usadas da literatura. A quantificação da expressão dos genes foi realizada por qRT-PCR. Os miRNAs estudados foram escolhidos com base nos resultados dos estudos in vivo. Para análise do potencial migratório celular foi realizado o ensaio de migração celular através de insertos transwell. Nossos resultados mostraram que a mistura de ftalatos pode causar aumento em células LNCaP, do turnover celular, do estresse oxidativo, da biossíntese e expressão de miRNAs, podendo assim aumentar o potencial expansivo e migratório celular e modular o comportamento tumoral, tornando-as mais agressivas. No entanto, em células normais estes efeitos são menos acentuados, demonstrando que, a curto prazo, as mesmas são capazes de elaborar mecanismos e respostas mais efetivos contra o insulto, ou ainda, que as células PNT-2 são mais resistentes à exposição na dose empregada.