Caminhos de morte e de vida: o rio Severino de João Cabral de Melo Neto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Marandola, Janaina de Alencar Mota e Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/95656
Resumo: A obra de João Cabral de Melo Neto é uma das mais significativas de nossa literatura. Sua concepção racional da poesia atribuía à própria materialidade dos objetos seu potencial poético. Para tanto, escrevia a partir da memória, sempre distante dos lugares temas de sua poesia. Para ele, esta era uma condição necessária à escrita, embora seus poemas não possuam um tom memorialista. A memória era entendida por ele como o material de onde a poesia poderia emergir e por isso Cabral fez uma obra com referências geográficas explícitas, de forma consciente. A forma como ele enraizou sua poesia e como esta atingiu a universalidade é objeto desta pesquisa, procurando em sua poética os traços que tornam sua obra o elogio da matéria, da espacialidade e da geograficidade, enquanto elementos intrínsecos da produção artística. “Morte e vida severina”, seu poema mais conhecido, é tomado como eixo principal desta análise, a partir de suas imagens, metáforas e da própria poética cabralina. O rio Capibaribe é o caminho de Severino que emigra do sertão para Recife, promovendo uma transmutação entre homem-rio no seu caminho de morte e vida. A análise revela a importância do espaço telúrico, expressão da relação primitiva homem-meio, como a fonte de onde emerge a força imagética e metafórica da poesia.