Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Fidelis, Thiago [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153835
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Resumo: |
Partindo do ponto de que a imprensa é um campo no qual, para além do trato da informação e das formas como ela se manifesta, também é um espaço de intervenção social nas suas mais variadas formas, a presente tese buscou compreender a participação no campo político de dois jornais brasileiros, nos períodos entre 1954 e 1956: O Estado de S. Paulo (OESP) e a Ultima Hora (UH). A escolha tanto dos periódicos quanto das datas foi pautada por alguns critérios: a) o recorte temporal foi feito com base no conceito de crise, ou seja, um intervalo de tempo no qual acontecem atos que fogem à norma estruturada. Do ponto de vista político, nesses momentos, ocorreram inúmeros fatos extremos, como o suicídio de Getúlio Vargas e o contragolpe do Marechal Lott, que forneceu bases para a posse de Juscelino Kubitschek e João Goulart; b) na política institucional, havia duas culturas políticas buscando espaço: de um lado, uma cultura política trabalhista, com base em princípios nacionalistas e estatistas instituídos, sobretudo pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); já do outro lado, havia uma cultura política liberal, pautada em opor todos os princípios defendidos pelo outro grupo, tendo um caráter liberal do ponto de vista econômico, mas conservador do ponto de vista político, sendo representada pela União Democrática Nacional (UDN); c) por fim, os dois jornais escolhidos estavam muito próximos (embora não fossem publicações a serviço dessas agremiações) desses grupos: UH fora criada por Samuel Wainer para ser um espaço dentro do campo jornalístico de apoio a Vargas, uma vez que essa área era hostil ao presidente; e no caso do OESP, o periódico era um dos mais tradicionais críticos ao mandatário nacional, principalmente na figura de seu diretor, Júlio de Mesquita Filho, que fora preso várias vezes e exilado, nos anos 1930 e 1940, durante a primeira passagem de Vargas pelo poder. Assim, a hipótese da tese é de que ambas as publicações, mais do que informar e formar opiniões, buscaram formas de participar ativamente, influenciando diretamente nos acontecimentos políticos brasileiros naquele período bastante conturbado e permeado por uma intensa crise institucional. A pesquisa foi baseada em um levantamento de todas as edições dessas publicações, entre o início do ano de 1954 e janeiro de 1956, quando ocorreu a posse da chapa eleita para o Executivo nacional. No entanto, também foram analisadas outras datas e jornais, embora de maneira esporádica. Para balizar a discussão, foram utilizados os conceitos de cultura política dos cientistas sociais Gabriel Almond e Sidney Verba, além das ideias de habitus, campo e capital, balizadas na perspectiva do cientista social Pierre Bourdieu. Para uma melhor compreensão das ideias por trás dos periódicos, também foi feito um levantamento biográfico sobre os principais nomes que balizavam as opiniões dos jornais: Júlio de Mesquita Filho e Samuel Wainer. Desse modo, a presente tese buscou ser um espaço de análise e reflexão sobre como a imprensa, no contexto estudado, foi uma parte fundamental na organização da política nacional. |