Ciência e educação no pensamento de Alberto Torres, Fernando de Azevedo e Florestan Fernandes: das rupturas paradigmáticas à análise retórica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Totti, Marcelo Augusto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/101546
Resumo: O trabalho que ora apresentamos tem como objetivo analisar a concepção de ciência no pensamento educacional brasileiro, tendo como base três gerações de intelectuais com reconhecida contribuição no campo educacional: Alberto Torres, Fernando de Azevedo e Florestan Fernandes. Esses autores consolidaram interpretações teóricas, científicas sobre os fenômenos educacionais. Alberto Torres esteve preocupado em organizar a República; a educação era um fator de organização nacional, mantendo o homem no meio agrícola, devido à fatalidade geográfica e histórica do país. Torres alicerçou as bases de seu pensamento no positivismo comteano, adaptando-a à realidade brasileira, pretendendo um país soberano e um Estado forte. Fernando de Azevedo procurou dar moldes científicos aos estudos educacionais; a ciência proposta é teórica, utiliza Durkheim, mas recontextualiza-o, dando uma nova interpretação dos fatos sociais, que na sua visão são múltiplos e diversos, e as ciências humanas calcadas nesta visão devem ter como premissa a imprevisibilidade dos acontecimentos humanos. Florestan rearticula o pensamento de seus predecessores, estabelecendo novos parâmetros do proceder científico, em que estão presentes o planejamento, a racionalidade, a previsibilidade e a intencionalidade. Denominamos as mudanças ocorridas como rupturas paradigmáticas, ocasionadas através de conflitos. O que torna a concepção de Florestan hegemônica é o fato de o sociólogo constituir uma escola de pensamento. Observamos, ainda, que essas mudanças não são apenas teóricas; Florestan utiliza técnicas retóricas como a dissociação de noções e a petição de princípio no intuito de persuadir e convencer o seu auditório para que sua visão de ciência torne-se hegemônica.