Comparação de diferentes métodos na avaliação da massa livre de gordura e massa gorda nos pacientes em diálise.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Reis, Nayrana Soares do Carmo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181572
Resumo: INTRODUÇÃO: A depleção proteico-energética está relacionada à piora da qualidade de vida e menor sobrevivência do paciente em diálise. A avaliação da composição corporal, especialmente da massa livre de gordura (MLG) e massa gorda (MG), é importante para a predição de desfechos nesses indivíduos. O objetivo deste trabalho foi comparar as medidas de MLG e MG obtidas por antropometria, bioimpedância unifrequencial (BIAUNI) e bioimpedância multifrequencial (BIAMULT), utilizando a densitometria de raio-X de dupla energia (DXA) como padrão de referência, em pacientes submetidos a tratamento dialítico. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudo transversal realizado com pacientes adultos em tratamento regular por hemodiálise (HD) ou diálise peritoneal (DP). As avaliações foram realizadas por antropometria, BIAUNI, BIAMULT e DXA no mesmo momento. Para comparação entre os valores obtidos por esses métodos com a DXA foram utilizados testes de correlação de Person (r), Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) e análise de concordância de Bland-Altman. RESULTADOS: A casuística foi composta de 112 pacientes adultos (62 em HD e 50 em DP) com média de idade de 55,5±14,5 anos (HD) e 55,1±16,3 anos (DP). Os grupos (HD e DP) foram semelhantes quanto à maioria das características, embora pacientes em DP tenham apresentado maior índice de hiperidratação (OH) (0,8±1,1 vs. -0,9±1,3, p<0,001), maior percentual de OH/AEC (água extracelular) (5,0±7,2% vs. -7,4±11,7%, p<0,001) e menor concentração de albumina sérica (3,6±0,4g/dl vs. 4,0±0,4g/dl, p<0,001). Considerando a amostra de pacientes de ambos os grupos, todos os métodos apresentaram forte correlação (r>0,7) e excelente reprodutibilidade (ICC0,75) em comparação com a DXA. No diagrama de Bland-Altman, a BIAUNI apresentou concordância na avaliação dos compartimentos para a amostra de pacientes em DP, com ausência de viés proporcional (p>0,05) e com viés sistemático para MLG (viés -0,5±4,9, IC95% -1,8 a 0,9, p=0,506) e para MG (0,3±4,6, p=0,543). Esse método subestimou a MLG (viés= 3,1±3,6, p<0,001) e superestimou a MG (viés= -2,3±3,3, p<0,001) em pacientes tratados por HD. A BIAMULT não apresentou viés de proporcionalidade na avaliação da MLG, mas os valores obtidos na amostra geral subestimaram esse compartimento corporal em 5,2±5,6kg (p<0,001) e 2,5±5,4kg (p=0,002) em HD e DP, respectivamente. Tanto a avaliação de MLG e MG por antropometria quanto a avaliação da MG por BIAMULT apresentaram viés proporcional, caracterizando estas avaliações como imprecisas em relação à DXA. CONCLUSŌES: A BIAUNI foi o único método preciso na avalição da MLG e MG, quando considerados apenas os pacientes em DP. Por se tratar de equipamento de baixo custo, não avaliador dependente e menor viés sistemático quando comparada a BIAMULT, pode ser também recomendada preferencialmente na avaliação de pacientes em HD.