Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Aleixo, Felipe [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/205035
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Resumo: |
Nesta pesquisa, tivemos o objetivo geral de descrever e analisar, partindo de uma perspectiva funcionalista, como as relações de condicionalidade podem ser expressas na Libras partindo de produções naturais de uso, extraídas do Corpus de Libras da UFSC. Nesse sentido, observamos como as orações condicionais são elaboradas em discursos naturais, seja a partir de um enlace conjuntivo, em que há o uso das conjunções manuais SE e EXEMPLO, seja por um enlace justaposto, quer dizer, em que marcadores não manuais explicitam esse uso. De modo específico, buscamos apontar quais marcadores não manuais gramaticais estão associados à expressão de condicionalidade, relacionando-os aos diferentes tipos de condicionais que identificamos na Libras seja seguindo critérios semânticos, em que observamos os graus de hipoteticidade, seja seguindo os parâmetros de seus domínios de uso, tal como Sweetser (2002) e Dancygier (2003) sugerem. Ainda, avaliamos a ordem das condicionais, considerando suas possíveis motivações quanto ao uso dos constituintes condicionais codificados como tópicos ou adendos (FORD; THOMPSON, 1986; HIRATA, 1999). Para isso, recolhemos 64 ocorrências de condicionais da Libras e partimos para uma análise quali-quantitativa, considerando, como grupos de fatores: critérios formais, ao identificar marcadores manuais e não manuais que apresentam um padrão de uso nessas orações, bem como ao observar a ordem dos constituintes, relacionando-os ao tipo de informação que veiculam; critérios semânticos, ao observar os sentidos expressos quanto ao grau de hipoteticidade; critérios semântico-pragmáticos, ao observar a relação de sentido das condicionais quanto aos domínios de uso. Os resultados obtidos permitem-nos atestar que: (i) o uso mais prototípico das condicionais na Libras é o arqueamento das sobrancelhas sobre a prótase, juntamente com a produção do mouthing de “si” e com a projeção da cabeça para a frente. Isso pode ser seguido por um piscar de olhos que demarca a passagem do constituinte antecedente para o consequente; na apódose, há uma mudança no formato das sobrancelhas, bem como uma mudança na inclinação da cabeça. Esses usos podem, todavia, sofrer influência de outras funções no discurso, o que pode alterar, também, a sua realização. (ii) A anteposição, ou seja, a sequência prótase > apódose, tem uso mais representativo no uso da Libras; a posposição, todavia, não é agramatical. As prótases das condicionais antepostas veiculam informações dadas/inferíveis; as das condicionais pospostas, em contrapartida, apresentam, sempre, uma relação de novidade. Nesse sentido, as prótases das condicionais antepostas funcionam como tópicos das sentenças em que ocorrem, ao passo que as pospostas funcionam como adendos restritivos. (iii) Quanto aos graus de hipoteticidade das orações condicionais, nossos dados demonstram a impossibilidade de distribuí-las em grupos discretos, uma vez que muitos usos de MNM e de outros sinais manuais se sobrepõem às ocorrências. Sendo assim, propusemos uma análise a partir de um continuum, em que situações que se estabelecem mais próximas do polo esquerdo demonstram noções +factuais, e, à medida que “caminham” pelo continuum, passam a ter uma interpretação +hipotética. Logo, quanto mais à direita do continuum, menor a possibilidade de realização (-factual). (iv) Com relação aos domínios de uso, identificamos ocorrências para os quatro grupos, a saber, de conteúdo, epistêmico, de atos de fala e metatextual. Com relação aos tipos de usos (de conteúdo, epistêmico, de atos de fala e metatextual), não confirmamos nossa hipótese de que há marcadores específicos para esses usos. |