Influência da palha e tempo de preparo da calda antes da hidrólise da cana-de-açúcar em dietas de vacas leiteiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Endo, Viviane [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
pH
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136216
Resumo: A cana-de-açúcar tem papel importante no agronegócio brasileiro para a produção de etanol e açúcar. A palha da cana-de-açúcar é um resíduo orgânico pobre em sacarose para produção de etanol e de baixo valor nutritivo para a alimentação animal. Devido a isso, o processo de queima dos canaviais ocorre em larga escala com intuito de facilitar a colheita da cana-de-açúcar, além de limpar o canavial para a próxima safra. Entretanto, a queima causa danos à saúde e impacto ambiental. No estudo foram avaliados dois fatores da cana-de-açúcar: a influência da palha e a influência dos tempos de preparo da calda de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) antes da hidrólise da cana-de-açúcar. Os parâmetros avaliados neste estudo foram: composição bromatológica, temperatura e pH da cana-de-açúcar, digestibilidade de nutrientes, desempenho de vacas leiteiras e uso de imagens de microscopia eletrônica de varredura (MEV) da cana-de-açúcar antes e após a digestão in vitro. O primeiro estudo foi um arranjo fatorial 2 x 5 [cana-de-açúcar com ou sem palha e cinco tempos de preparo da calda de Ca(OH)2 antes da hidrólise da cana-de-açúcar (72, 48, 24, 0,5 horas e sem preparo)]. No segundo estudo foi avaliado a digestibilidade in vitro dos nutrientes em um delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos: cana-de-açúcar fresca sem palha, HPT0,5 (cana-de-açúcar hidrolisada com palha e a calda preparada 0,5 horas antes da hidrólise), HPT72 (cana-de-açúcar hidrolisada com palha e a calda preparada 72 horas antes da hidrólise), HT0,5 e HT72, cana-de-açúcar hidrolisada sem palha usando os mesmos procedimentos de preparo da calda na cana-de-açúcar com palha. Posteriormente, utilizou-se um delineamento em quadrado latino 5 x 5 (cinco vacas em lactação e cinco tratamentos) para estudo de desempenho. Imagens de MEV foram feitas como complemento para visualização da cana-de-açúcar com e sem digestão in vitro. Como resultados, a cana-de-açúcar fresca sem palha e hidrolisada com palha e a calda preparada 72 horas antes apresentou menor teor de fibra em detergente neutro (FDN). O pH da cana-de-açúcar hidrolisada, devido à presença do agente alcalinizante foi maior em comparação à cana-de-açúcar fresca independente da palha. A temperatura foi influenciada pela palha, apresentando-se maior quando esta estava presente. Em relação à digestibilidade dos nutrientes, a cana-de-açúcar hidrolisada com palha, quando comparada à hidrolisada sem palha, apresentou menor digestibilidade in vitro de matéria seca (MS) e maior digestibilidade in vitro da FDN. Para o desempenho das vacas, houve menor consumo de MS para a cana-de-açúcar com palha em comparação à cana-deaçúcar sem palha. A produção de leite manteve-se constante entre os tratamentos, assim como a sua composição. Nas imagens da MEV, algumas pequenas partículas de cana-de-açúcar que foram observadas nas amostras não digerida, após a digestão in vitro parecem ter sofrido alguma digestão. O que permaneceu foram partículas maiores, ou seja, partículas indigestíveis. A utilização da cana-de-açúcar com palha e a calda de Ca(OH)2 preparada 72 horas antes da hidrólise é recomendada devido à melhor eficiência alimentar das vacas, além de facilitar a mão-de-obra.