Formação de invadopódios na migração de células neoplásicas malignas expostas à fibronectina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cucielo, Maira Smaniotto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153775
Resumo: Durante processos patológicos como o câncer, a atividade migratória de células neoplásicas aumenta, sendo um passo crítico para a disseminação dessas células a órgãos distantes. O processo migratório dessas células depende da formação de protrusões citoplasmáticas chamadas invadopódios, através da nucleação e polimerização de actina e degradação da matriz extracelular (MEC). A MEC é uma rede complexa de proteínas que fornece sustentação e moléculas sinalizadoras responsáveis pela homeostase dos tecidos. Dentre essas proteínas, a fibronectina (FN) é uma glicoproteína multiadesiva fundamental no comportamento celular normal e apresenta-se aumentada no tecido tumoral. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a influência da FN, isolada ou em associação com componentes da membrana basal, no processo migratório de células tumorais prostáticas, com ênfase no mecanismo de formação dos invadopódios. Para isso, as linhagens celulares LNCaP e PC-3 foram divididas nos seguintes grupos experimentais: Controle, FN solúvel (10µg/mL), FN coating (10µg/mL), FN+Geltrex e Geltrex com exposição aos componentes por 4 dias. Nas células LNCaP, foi possível observar alterações morfológicas dos grupos expostos a FN (solúvel, coating e em associação com Geltrex) com diminuição na área celular em comparação ao grupo controle. A proliferação celular aumentou nos grupos com recobrimento da superfície (FN coating, FN+Geltrex e Geltrex). Também foi possível observar a diminuição na taxa de motilidade dessas células em todos os grupos expostos. A expressão das proteínas chaves para formação dos invadopódios (Cortactina, Dinamina-2 e Actina-F) também mostraram-se diminuídas na presença dos componentes da MEC e ainda, as proteínas pFAK e ERK, mostraram-se aumentadas. Já na linhagem celular PC-3, podemos observar redução na taxa de proliferação celular nos grupos com recobrimento da superfície (FN coating, FN+Geltrex e Geltrex) e aumento na taxa de motilidade nos grupos com recobrimento de Geltrex (FN+Geltrex e Geltrex). A Cortactina mostrou menor expressão no grupos FN+Geltrex quando comparada ao controle, e os demais grupos não apresentaram diferenças. Para a proteína Dinamina-2, observamos aumento na expressão no grupo FN solúvel quando comparada ao controle, e diminuição nos grupos FN coating e FN+Geltrex. Nas células PC-3, podemos observar a inconsistência nos dados obtidos, já que essa linhagem possui características avançadas na biologia dos tumores, como independência androgênica e a fatores de crescimento. Na linhagem celular LNCaP, foi possível observar maior suscetibilidade das respostas celulares ao microambiente oferecido, sendo assim, a FN e os componentes da MB, inibiram a formação dos invadopódios e a capacidade móvel dessas linhagem. Fica claro que a FN tem papel supressor na motilidade celular para essas células tumorais, porém o processo de formação dos invadopódios é complexo e dependente de várias vias de sinalização. Os nossos resultados são importantes, em sua maioria inéditos, pois revelam a importância e a influência da FN na inibição do comportamento migratório e formação das projeções citoplasmáticas de células tumorais e encorajam estudos adicionais sobre essa relevante temática de migração celular no câncer.