Avaliação da concentração de metais no caranguejo-uçá (Ucides cordatus) na costa amazônica brasileira: Implicações para conservação ambiental e saúde pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Freitas, Ádria de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191054
Resumo: Na região Amazônica muitas áreas de manguezal ainda se encontram conservadas. Entretanto, atividades antrópicas de degradação e contaminação, especialmente por metais, começam a alcançar escalas preocupantes, podendo afetar esse ecossistema e seus recursos. O objetivo do presente estudo foi avaliar a contaminação e bioacumulação de metais (Cu, Cd, Cr, Pb e Mn) pelo caranguejo-uçá (Ucides cordatus) e o risco potencial para a saúde humana pela ingestão desse crustáceo, considerado um recurso pesqueiro de grande importância na região amazônica. Amostras de espécimes de U. cordatus, água, sedimento, e folhas de Rhizophora mangle foram coletadas em áreas de manguezais, sendo uma conservada e outra antropizada para ambos os estados do Pará e Maranhão. As concentrações metálicas nas amostras bióticas e abióticas foram quantificadas por Espectrometria de Emissão Óptica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES), com posterior estimativa do Fator de Bioacumulação e de análises multinível para os metais avaliados. Para avaliação do risco de consumo humano foram estimados o consumo diário (EDI), o quociente de risco (THQ) e o número de refeições elegíveis por mês (CRmm). As concentrações de metais no sedimento estavam abaixo dos níveis estabelecidos pela legislação, diferindo do observado para as amostras de água, onde Cu, Mn e Pb, cujos valores estavam acima dos limites estabelecidos para águas estuarinas. Mesmo sendo em sua maioria de origem natural, observou-se que esses elementos estão biodisponíveis e estão sendo incorporados pela biota. As concentrações de Cu, Cr e Pb estiveram acima dos limites estabelecidos para consumo na carne e brânquias do caranguejo-uçá. Dependendo do nível de exposição da população local, o consumo de U. cordatus, pode representar um risco para a saúde humana, especialmente no caso de crianças abaixo de 12 anos. Os maiores THQs foram estimados para o consumo simultâneo de todas as estruturas avaliadas. O cobre foi categorizado pelo menor número de refeições seguras de caranguejos por mês. Assim, conclui-se que a exposição da população amazônica aos caranguejos contaminados com metais deve ser considerada em estudos ambientais e de saúde pública pelo possível risco de efeitos sistêmicos.