Caracterização de respostas imunes locais associadas ao fenótipo de resistência parasitária em cordeiros da raça Morada Nova

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Toscano, João Henrique Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181946
Resumo: Tendo em vista o impacto da infecção por Haemonchus contortus na ovinocultura, é crescente o número de estudos acerca da resistência a esse parasita, sendo essencial a compreensão dos mecanismos imunes diretamente relacionados. A resposta a infecções por helmintos é predominantemente de perfil Th2, embora o conjunto de mecanismos imunes que conferem resistência aos ovinos não sejam completamente elucidado. O presente estudo objetivou avaliar as respostas imunes locais (abomaso) associados à resistência à infecção por H. contortus em cordeiros Morada Nova, raça considerada resistente. Um rebanho composto por 287 ovinos foi fenotipado, por meio de contagens de ovos nas fezes, volume globular e peso corporal, após dois desafios parasitários com 4000 L3. Os 20 extremos de infecção (10 mais resistentes e 10 mais susceptíveis) foram submetidos a um terceiro desafio e abatidos sete dias após. Foram quantificados, por RT-qPCR, os níveis de expressão de 22 genes associados às respostas imunes, em abomaso e linfonodos abomasais. Além disso, eosinófilos e mastócitos foram quantificados, e os níveis de IgG e IgA no muco abomasal mensurados. Genes relacionados à resposta inata (TLR2 e CFI) foram superiormente expressos na região pilórica dos animais resistentes. Esses animais também apresentaram, na região fúndica, IL33 (promotor da polarização Th2) e MS4A2 (receptor de IgE) em níveis superiores aos verificados nos susceptíveis. Marcadores pró-inflamatórios (TNFα e IL1β) foram superiormente expressos na região fúndica do abomaso dos animais susceptíveis. IL4 (resposta Th2) foi superiormente expressa nos linfonodos abomasais dos animais susceptíveis. Os cordeiros resistentes apresentaram maior quantidade de eosinófilos na região fúndica do abomaso e níveis superiores de IgA local. Como esperado, animais susceptíveis apresentaram resposta inflamatória exacerbada, enquanto que os resistentes apresentaram resposta mediada por eosinófilos e IgE. Além disso, os resultados evidenciaram importância da resposta inata na resistência desses cordeiros à infecção por H. contortus, mediada por TLR2 e sistema complemento. Não obstante, esse é o primeiro estudo a associar, diretamente, o fenótipo de resistência parasitária em animais de produção com altos níveis de IL33.