Escravo, africano, negro e afrodescendente: a representação do negro no contexto pós-abolição e o mercado de materiais didáticos (1997-2012)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ribeiro, Mírian Cristina de Moura Garrido [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93371
Resumo: A experiência escravocrata brasileira influenciou a formação da sociedade brasileira, sendo os afro-descendentes a parcela mais afetada pela instituição escravista. O presente trabalho propõe uma reflexão acerca das representações possíveis, presentes em manuais didáticos, com relação a um tema fundamental quando se pensa em valorização da historiografia do negro brasileiro: o período pós-abolição. Apesar da escolha de um período, pretende-se não perder a perspectiva de outros temas fundamentais dessa historiografia, tais como o período da escravidão e das rebeliões escravas. A proposta se justifica por pelo menos dois motivos: 1) os livros didáticos são objetos de ampla inserção na sociedade brasileira contemporânea, e seu conteúdo tem sido amplamente criticado, a partir da abertura política do país; além disso, é inegável que o conteúdo do livro didático molda a noção de História dos cidadãos de uma sociedade; 2) os movimentos negros têm reivindicado a inserção e/ou renovação dos conteúdos que possam constituir identidades positivas, e um resultado parcial seria a aprovação da Lei 10.639/03. Ao longo da pesquisa, tentar-se-á evidenciar, também, a crescente importância econômica e pedagógica que tem circundado os materiais didáticos brasileiros, considerados o principal produto mercadológico das empresas editorias, que possuem como maior comprador de seus produtos o governo brasileiro. Metodologicamente, optou-se pela análise de conteúdo, pautado nas discussões de Eni Pulcinelli Orlandi, e pelo conceito de representação de Roger Chartier; acredita-se que esses dois referenciais teóricos possam tornar visíveis as possíveis apreensões dos leitores de livros didáticos a respeito de um período historiográfico fundamental para o segmento negro da sociedade brasileira