Associação longitudinal entre pressão arterial elevada e excesso de peso em escolares de 6 a 8 anos de uma cidade de médio porte do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Alves, Marcelo José
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235125
Resumo: Introdução: Anualmente milhares de mortes são causadas por doenças cardiovasculares e um dos principais determinantes destas doenças é a Pressão Arterial Elevada, que tem se manifestado em idades cada vez mais precoces. Entende-se que a Pressão Arterial Elevada em crianças e adolescentes tendem a perdurarem até a idade adulta e existem diversos fatores relacionados a este aumento, tais como: sobrepeso e obesidade, circunferência de cintura, prática de atividade física, fatores sociais e hereditários, entre diversos outros. Destes o sobrepeso e a obesidade é o fator mais impactante na Pressão Arterial, porém seu entendimento a longo prazo ainda não está totalmente elucidado e ainda existem controvérsias. Ademais grande parte dos estudos pediátricos sobre este tema no Brasil e no mundo são transversais e com grupos de idades muito heterogêneas. Assim são necessários estudos longitudinais com variações menores de idade entre os avaliados, para um melhor entendimento da influência dos impactos do sobrepeso e obesidade sobre a Pressão Arterial. Objetivos: Analisar a relação longitudinal entre pressão arterial elevada e excesso de peso em escolares de uma cidade de médio porte do Estado de São Paulo. Métodos: Estudo tipo Coorte com duração de 24 meses realizado nas escolas Municipais de Presidente Prudente — SP — com 256 crianças (132 meninos) de 6 a 8 anos. Informações como participação nas aulas de Educação Física na escola, prática esportiva fora da escola e condição econômica foram obtidas por meio de questionários respondidos por pais ou responsáveis, já informações sobre pressão arterial, peso, estatura e circunferência de cintura foram coletados por meio de avaliação da criança devidamente autorizada pelos pais ou responsáveis, na escola ou em locais onde a criança esteja realizando as atividades. A estatística descritiva foi composta por valores de média, desvio-padrão e intervalo de confiança de 95%. Para analisar as mudanças na pressão arterial ao longo da Coorte, a análise de variância para medidas repetidas foi empregada (ANOVA medidas repetidas). Esta análise foi ajustada por potencias fatores de confusão (sexo, idade, altura, excesso de peso e obesidade abdominal) e considerou o fator tempo, trajetória de desenvolvimento do S/O e interação tempo x trajetória de desenvolvimento do S/O. as mudanças na pressão arterial e as variáveis independentes foram analisadas pela correlação de Pearson e regressão linear (expressa em valores de beta e seus respectivos intervalos de confiança de 95% [IC95%]). A associação entre S/O e PAE foi analisada pelo teste qui-quadrado e suas magnitudes expressas pela regressão de Cox (expressa em valores de hazard ratio [HR] e seus respectivos IC95%), ajustada por sexo, idade, condição econômica, estatura e prática esportiva. Valores de significância (p-valor) inferiores a 5% foram considerados relevantes estatisticamente. Todas as análises foram realizadas no BioEstat (versão 5.0, Tefé, Amazonas).Resultados: O percentual de crianças que apresentou Pressão Arterial Elevada (PAE) não se alterou ao longo dos 24 meses variando de 7,1% para 8,2% (p-valor= 0,690), porém crianças com Sobrepeso e Obesidade (S/O) ao longo do segmento quando comparadas a crianças eutróficas no mesmo período, tiveram risco 198% (HR= 2.98 [IC95%: 1.40 – 6.35]) maior de ter Pressão Arterial Elevada (PAE) diagnosticada ao longo do seguimento. Conclusão: A prevalência de PAE não aumentou ao longo do seguimento, mas se associou com a trajetória de desenvolvimento do S/O entre crianças de 6 a 8 anos.