Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Adolfo, Roberto Manoel Andreoni [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/183693
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Resumo: |
Com a implantação dos cursos de pós-graduação no Brasil, a partir dos anos 1970, a historiografia brasileira passou por algumas transformações que implicaram mudanças tanto de ordem institucional quanto teórico-metodológica. Nas últimas décadas, vários estudiosos veem se dedicando a compreender os reais contornos das mudanças historiográficas ocorridas a partir deste período. Esta tese faz parte desse conjunto de trabalhos e teve como objetivo principal refletir como tais transformações historiográficas se deram dentro do campo específico da história da escravidão no Brasil. Para isso, o estudo dividiu-se em duas partes complementares. A primeira buscou identificar e analisar os principais enunciados até então emitidos sobre a historiografia da escravidão durante os anos 1980, momento em que os cursos de pós-graduação apresentavam sinais de amadurecimento e as mudanças historiográficas mostravam-se mais nítidas. Três enunciados principais foram identificados. O primeiro, encabeçado por Jacob Gorender, afirmava ser a renovação historiográfica dos anos 1980 um movimento de retorno às teses de Gilberto Freyre. O segundo enunciado, por sua vez, emitido sobretudo por Ciro Flamarion Cardoso, entendia que a produção do período sinalizava a autenticação e o aprofundamento de sua tese que compreendia a existência de um modo de produção escravista colonial regendo a sociedade escravista. Por fim, identificou-se um terceiro enunciado, emitido por S. Chalhoub, Silvia H. Lara e Maria H. Machado, que entendia como característica essencial da historiografia dos anos 1980 a afirmação do escravizado enquanto agente histórico. A segunda parte, por sua vez, tratou de analisar o conjunto de trabalhos que foram desconsiderados no processo de formulação dos enunciados identificados na primeira parte da tese. A este grupo de pesquisas, composto por artigos, teses e dissertações, foi dado o nome de historiografia eclipsada que, vale ressaltar, apresentou superioridade numérica expressiva se comparada à historiografia não eclipsada. A segunda parte da tese, então, dedicou-se a compreender as principais diretrizes da historiografia eclipsada. A partir deste exercício verificou-se, em primeiro lugar, que tal produção não apresentava lastro para a emissão dos enunciados formulados até então. Em segundo lugar, evidenciou-se que uma parte da historiografia eclipsada apareceu marcada por quatro eixos temáticos: os aspectos sociais da vida do escravizado, a abolição, a economia escravista e o trabalho. Sua outra parte, no entanto, revelou uma considerável multiplicidade de temáticas. No geral, chegou-se a conclusão de que tal conjunto de estudos foi, por um lado, diverso da historiografia não eclipsada e, por outro, sinalizou o surgimento de novas temáticas, inexistentes também na historiografia precedente. |