O protagonismo das mulheres nos movimentos sociais da periferia: memórias e experiências dos Clubes de Mães da zona sul de São Paulo (1972-1988)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Diniz, Carlos Alberto Nogueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/155893
Resumo: Neste trabalho analisamos a construção da memória e as experiências dos Clubes de Mães da zona sul de São Paulo entre os anos de 1972, seu início, e de 1988, marcado pelas mobilizações em torno da criação da nova constituição. Os Clubes de Mães da zona sul de São Paulo foram grupos da Igreja Católica formados basicamente por mulheres, que durante muito tempo se resumiram à promoção de oficinas sobre serviços domésticos e artesanato, mas, a partir da década de 1970, com o apoio de agentes de pastoral e de setores da Igreja Católica ligados à denominada Teologia da Libertação, acabaram se tornando protagonistas na articulação e mobilização dos principais movimentos sociais da periferia de São Paulo. A luta por água potável e saneamento básico foi a primeira demanda social liderada pelas mulheres dos Clubes de Mães da zona sul. Houve também a luta por creches e escolas, a participação da mulher na construção da nova constituição já nos anos 1980, mas a principal atividade foi a criação do Movimento Custo de Vida (MCV). O MCV não contestou somente os preços dos alimentos e os salários dos trabalhadores, mas todo o sistema socioeconômico imposto pela Ditadura Militar, que gerou miséria, desigualdade e exclusão social. Mesmo desempenhando um papel tão importante na história recente do Brasil, as participantes dos Clubes de Mães se ressentem de uma valorização maior desse legado de luta e protagonismo das mulheres da periferia de São Paulo.