Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Pablo Henrique de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/214672
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Resumo: |
Esfingofilia é a denominação das plantas adaptadas à polinização por mariposas da família Sphingidae, cuja atração se dá em grande parte por meio de compostos orgânicos voláteis (COVs). Mandevilla longiflora é uma espécie cuja morfologia floral sugere polinização exclusiva por espécies de esfingídeos com probóscide longa, embora esfingídeos nunca tenham sido observados nas populações de M. longiflora do Brasil, e a espécie seja frequentemente visitada por besouros Cyclocephalini (Melolonthidae), cuja atração em outras espécies se dá através de COVs florais. Dada a grande frequência de uma espécie do gênero Cyclocephala nas flores de M. longiflora, esse trabalho teve como objetivos analisar o papel de COVs na atração dos potenciais polinizadores primários de M. longiflora, i.e., mariposas da família Sphingidae, bem como do seu principal visitante floral, i.e., besouros Cyclocephalini. Nós testamos se estes besouros poderiam atuar como polinizadores de M. longiflora. Além disso, realizamos observações dos visitantes florais e experimentos de exclusão de visitantes para analisar a contribuição dos besouros para reprodução da espécie. Também estudamos a biologia floral, e por meio de experimentos de polinização controlada, analisamos seu sistema reprodutivo e a dependência de polinizadores para a reprodução. Finalmente, coletamos e analisamos os COVs produzidos pelas flores de M. longiflora e testamos a atratividade desses COVs aos besouros. M. longiflora é uma espécie autocompatível, porém estritamente dependente de polinizadores para a sua reprodução. Foram registradas apenas cinco visitas de esfingídeos de uma única espécie, Agrius cingulata, o que sugere que estas mariposas são visitantes pouco frequentes, mas atuam como polinizadores bastante efetivos da espécie. O principal COV produzido pela flor foi o 3-metil-butiraldoxima, o qual foi altamente atrativo a Cyclocephala paraguayensis, o principal visitante floral e florívoro de M. longiflora. Os experimentos de exclusão mostraram que o besouro não atua como polinizador de M. longiflora, agindo apenas como herbívoro floral, consumindo principalmente as anteras e o pólen da flor. Apesar da existência de diversas espécies atraentes aos besouros Cyclocephalini na área de estudo, C. paraguayensis foi registrado apenas em M. longiflora, tendo o comportamento de um florívoro de uma flor esfingófila e sendo altamente atraído pelos voláteis florais da espécie. A dependência estrita de polinizadores para a sua reprodução, associada à baixa frequência de esfingídeos levou a uma elevada limitação de pólen na população estudada. Considerando o comportamento desses visitantes florais, este trabalho mostra que as interações planta-esfingídeo e planta-besouro são mediadas pelos mesmos voláteis florais resultando em um importante trade-off entre a atração dos polinizadores e dos principais florívoros. Embora essa interação possa ser prejudicial para o fitness da planta, a ocorrência de autocompatibilidade permite que as visitas de esfingídeos, ainda que pouco frequentes, sejam extremamente eficientes. |