A poesia futebolística de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rodrigues, Pedro Passerini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194514
Resumo: Esta dissertação foi idealizada a partir de duas paixões: o futebol e a poesia, não exatamente nesta ordem. A escolha dos poetas se deu pela magnitude de ambos autores no cenário da Literatura brasileira: pensando na importância do futebol para a formação do imaginário cultural da sociedade brasileira, teríamos por obrigação selecionar grandes nomes de nossa fortuna literária. Além disso, a relação de ambos com o esporte bretão é interessante. Carlos Drummond, o “torcedor bissexto”, aborda a paixão do torcedor durante as glórias e derrotas da Seleção Canarinho; o mineiro, inclusive, relaciona política e futebol em seus versos. João Cabral fora jogador e campeão juvenil pelo Santa Cruz, embora fosse torcedor do América pernambucano e conhecedor dos pormenores do esporte. O alinhamento entre o tema e a forma é baseado em Hans Ultrich Gumbretch e suas teorias que abordam a importância do jogo para a formação humana, além de fundamentações específicas sobre a estética do jogo de futebol e, principalmente, sobre a estética do futebol brasileiro e sul-americano e a distinção para a estética européia. Alinhado às teorias gumbretchianas, defendemos a hipótese de que o futebol é linguagem, como a poesia. Para isso utilizaremos o ensaio “II calcio 'e' un linguaggio con i suoi poeti e prosatori” ("O futebol é uma linguagem com seus poetas e prosadores" em tradução livre e disponibilizado em Língua Portuguesa "O gol fatal"), publicado em janeiro de 1971 no jornal italiano II Giorno, bem como os estudos de José Miguel Wisnik baseados no supracitado ensaio. Exporemos considerações sobre a relação do homem com o elemento lúdico e, precisamente, com o jogo, através de Johan Huizinga. Recorreremos ao amparo da Sociologia, a fim de expormos alguns pontos a respeito da relação cultural do brasileiro com o esporte e a consolidação deste elemento em nosso país. Nos interessa analisar e compreender a maneira com que ambos os poetas utilizaram o futebol como objeto de suas poesias para, finalmente, elaborarmos uma espécie de paralelo ou complemento das fortunas críticas de ambos os poetas.